Empresa se compromete a representar crianças negras nas embalagens

Fabricante do "Brincando de Engenheiro" respondeu a um ofício da Fisenge. Para o presidente da entidade, Roberto Freire, é fundamental um posicionamento antirracista na cultura corporativa.

Fonte: Fisenge 

Nesta segunda-feira (28/11), a  Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) oficiou a empresa de brinquedos Xalingo, solicitando a revisão de sua política de marketing em relação ao conjunto de diversidade racial do país. Isso porque a capa da embalagem do “Brincando de Engenheiro” ilustra duas crianças brancas. “A imagem induz à percepção de que só as pessoas brancas podem ser engenheiros ou engenheiras, o que provoca a construção de um imaginário racista, proporcionando às crianças negras um imaginário de negação de sonhos, de acesso à educação e às políticas públicas”, diz trecho do documento.

A embalagem vai na contramão dos dados sobre o aumento de ingressantes negros nos cursos de engenharia. O número de estudantes autodeclarados pretos e pardos que começaram a cursar engenharia no Brasil teve um salto, na última década, de quatro vezes mais no período entre 2010 e 2021, de acordo com  o Censo da Educação Superior compilados pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper.  O estudo aponta que eram 25,2 mil ingressantes negros em cursos da área em 2010 e, em 2021, foram 109,8 mil.

No ofício, a Fisenge também  sugeriu o estabelecimento de protocolos de equidade de raça e gênero na conduta e no ambiente organizacional da Xalingo.

Em resposta a empresa afirmou: “A Xalingo está em constante evolução e mudanças, sempre buscando trazer representatividade e diversidade para nossos conteúdos e embalagens. (…) O nosso principal valor é o respeito às pessoas, e levamos isso muito a sério. Exatamente por isso, que lhes afirmo que vamos repensar sobre a embalagem do Brincando de Engenheiro, a fim de representar nossas crianças negras, para que não se sintam inferiores em nenhum momento”.

De acordo com o presidente da Fisenge, Roberto Freire, é fundamental um posicionamento antirracista na cultura organizacional das empresas. “Estamos acompanhando o aumento de ingressantes autodeclarados negros nos cursos de engenharia e precisamos estimular o imaginário das crianças e jovens negros de que podem, sim, fazer engenharia e o que quiserem. A Fisenge seguirá comprometida com uma política sindical antirracista”, disse. Freire ainda contou que muitas negociações coletivas têm avançado em cláusulas de gênero e raça.

) oficiou a empresa de brinquedos Xalingo, solicitando a revisão de sua política de marketing em relação ao conjunto de diversidade racial do país. Isso porque a capa da embalagem do “Brincando de Engenheiro” ilustra duas crianças brancas. “A imagem induz à percepção de que só as pessoas brancas podem ser engenheiros ou engenheiras, o que provoca a construção de um imaginário racista, proporcionando às crianças negras um imaginário de negação de sonhos, de acesso à educação e às políticas públicas”, diz trecho do documento.

A embalagem vai na contramão dos dados sobre o aumento de ingressantes negros nos cursos de engenharia. O número de estudantes autodeclarados pretos e pardos que começaram a cursar engenharia no Brasil teve um salto, na última década, de 4 vezes mais no período entre 2010 e 2021, de acordo com dados do Censo da Educação Superior compilados pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper.  O estudo aponta que eram 25,2 mil ingressantes negros em cursos da área em 2010 e, em 2021, foram 109,8 mil.

Ainda no ofício a Fisenge também  sugeriu o estabelecimento de protocolos de equidade de raça e gênero na conduta e no ambiente organizacional da Xalingo.

Em resposta a empresa afirmou: “A Xalingo está em constante evolução e mudanças, sempre buscando trazer representatividade e diversidade para nossos conteúdos e embalagens. (…) O nosso principal valor é o respeito às pessoas, e levamos isso muito a sério. Exatamente por isso, que lhes afirmo que vamos repensar sobre a embalagem do Brincando de Engenheiro, a fim de representar nossas crianças negras, para que não se sintam inferiores em nenhum momento”.

De acordo com o presidente da Fisenge, Roberto Freire, é fundamental um posicionamento antirracista na cultura organizacional das empresas. “Estamos acompanhando o aumento de ingressantes autodeclarados negros nos cursos de engenharia e precisamos estimular o imaginário das crianças e jovens negros de que podem, sim, fazer engenharia e o que quiserem. A Fisenge seguirá comprometida com uma política sindical antirracista”, disse. Freire ainda contou que muitas negociações coletivas têm avançado em cláusulas de gênero e raça.

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