Solidariedade, saúde, emprego e renda são as bandeiras principais deste 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, realizado pela CUT, demais centrais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, pela primeira vez em palanque e ações virtuais, pela internet. Não haverá rua, mas transmissão ao vivo, a partir das 11h30, com apresentações artísticas e mensagens dos representantes da classe trabalhadora e das instituições democráticas, lideranças de partidos e da sociedade civil. O ato online respeita às determinações de distanciamento social da Organização Mundial da Saúde, para evitar disseminação de contágio da Covid-19. Durante as transmissões também serão feitas coletas de doações para populações em situação de maior vulnerabilidade.
Basta clicar no link do evento e participar da mobilização dos trabalhadores: https://www.facebook.com/events/3020319574748780/
Estão juntas as Centrais Sindicais – CUT, Força, UGT, CSB, CTB, CGTB, NCST, Intersindical, A Pública, em torno de uma pauta que inclui a defesa da democracia, da estrutura estatal, do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), do direito à segurança, à vida e a condições dignas de trabalho, além da palavra de ordem que já ecoa todas as noites das janelas do país: ‘Fora, Bolsonaro’.
“Será a celebração e luta unificada daqueles que defendem os direitos dos trabalhadores e que se posicionam pela democracia, que são contra o governo Bolsonaro, que assola a vida dos brasileiros neste momento, e que também estejam defendendo a vida e o isolamento social como principal forma de conter a pandemia tão devastadora como a da Covid-19, como determina a Organização Mundial da Saúde”, afirma o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas. “As reivindicações trabalhistas, sociais, humanitárias e pela vida que teremos neste 1º de Maio são fundamentais, mas também levantaremos o grito político de defesa da valorização da democracia e do ‘Fora, Bolsonaro’, porque entendemos que sem democracia e com Bolsonaro nada disso será possível.”
Ataques aos direitos
Mesmo na pandemia do novo coronavírus, não cessaram os ataques do projeto ultraliberal à classe trabalhadora, representada por Bolsonaro mas também pelo ministro Paulo Guedes e pelos setores militares que integram o governo.
Só entre 18 de março e 7 de abril, cinco Medidas Provisórias (MP) e um Projeto de Lei (PL), já aprovado no Congresso, foram editadas pelo governo suprimindo, de algo forma, direitos trabalhistas. As MPs 927, 928, 936, 944 e 946 e o PL nº 13.982, basicamente, autorizam o trabalhador e a trabalhadora a negociar diretamente com o patrão, um acordo coletivo para este momento excepcional, sem a proteção da estrutura sindical; adia o recolhimento do FGTS; flexibilizam a relação de trabalho e liberam o patrão a dar férias que ainda não venceram, usar o banco de horas para os dias do isolamento e ainda autorizam a prorrogação da jornada de trabalho dos profissionais de saúde, sem nenhuma negociação. Isso sem contar com a incorporação do Fundo do PIS às contas do FGTS, tudo sem nenhuma garantia de emprego e renda.
“No final das contas, a gente vê que estão se aproveitando dessa pandemia para implementar mais flexibilização do trabalho, não garantindo de fato renda e emprego”, afirmou o coordenador Técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Fausto Augusto Junior. “Vale lembrar que a CUT e demais centrais apresentaram em março um documento com um conjunto de propostas de enfrentamento à crise; e que essas medidas do governo só não foram ainda piores, porque tiveram a cobrança da CUT e demais centrais.”
Fausto também observa que, como a MP ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para realmente virar lei, a luta da CUT e centrais é fundamental para exclusão dos abusos que ela contém. “A gente espera que corrijam essas distorções e que a gente possa construir, de uma forma mais negociada e mais democrática, medidas que de alguma forma garantam alguma segurança ao conjunto dos trabalhadores.”
Solidariedade
A secretária-geral da CUT, Carmen Foro, conta que a construção deste 1º de Maio tem forte aspecto solidário. “Estamos construindo um 1º de maio de solidariedade de classe, que não é apenas na distribuição de alimentos e coleta financeira para matar a fome de muitos, é também de fazer a defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras, formais e informais, que não têm condições, muitas vezes, de ter um prato de comida para comer. E essa solidariedade não poderia sair de outro lugar, a não ser da própria classe trabalhadora de ajuda mútua”.
Sobre o ato político
O 1º de Maio de 2020 Solidário: Saúde, Emprego e Renda”, organizado pela CUT e demais centrais sindicais, vai começar a partir das 11h30 desta sexta-feira (1) pelas redes sociais. A transmissão ao vivo vai durar entre 3 e 4 horas. Além de artistas e apresentações musicais, a programação, que ainda não foi finalizada, terá fala de sindicalistas, de religiosos, dos representantes dos movimentos sociais e de políticos.
O secretário Nacional de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, explica que todas as centrais, sindicatos, confederações e federações transmitirão simultaneamente e ao vivo toda a programação do evento. “Vamos transmitir tudo junto com a TVT e um sinal de rádio para quem queira retransmitir o evento”, explicou. As CUTs nos Estados farão o 1º de Maio também digital, mas em outros horários e com programação regional.
Fonte: com informações da CUT Brasil