Por Inaê Amado
Representantes da sociedade civil reuniram-se na segunda-feira, 4 de abril, no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, para defender o mandato da presidenta Dilma Rousseff e dizer “Não” ao golpe que se articula com o impeachment.
Juízes, advogados, deputados, senadores, políticos de vários matizes, movimentos sociais, artistas das várias cenas, estudantes, professores, profissionais de saúde, sindicalistas, ex-ministros e muita gente anônima num coro com mais de 800 vozes garantia: “Não vai ter golpe”. “Vai ter luta! “
Ao abrir o encontro, frei Leonardo Boff resumiu o que seria detalhado por todos os oradores da noite: “o golpe não é só contra a democracia, mas contra um projeto de Brasil que pretende dar voz e vida aos brasileiros”.
No decorrer do ato, encerrado por volta da meia noite, falaram cerca de vinte dos presentes, além da atriz Bete Mendes e de Jovem Cerebral – rapper, curador do Santa Música Faz! no morro da Mineira -, mestres de cerimônia.
Ao fechar o ciclo de pronunciamentos, João Pedro Stédile convocou a plateia (“vocês, os intelectuais orgânicos da classe”) a se debruçar sobre a tarefa de elaborar um projeto para o Brasil que possa ser levado ao povo, discutido e construído como um programa para ser defendido nas eleições.
Da militância, Stédile cobrou convocar o povo para as ruas (“as comunidades têm que vir para as praias da zona sul”). E encerrou a noite com uma provocação ao Rio de Janeiro: “A Frente Brasil Popular e o MST, já estamos nos organizando e a partir do dia 10 de abril vamos acampar na Esplanada dos Ministérios. Acampamentos lúdicos, de reflexão. Vamos lá para discutir um projeto para o País. Aqui não passarão e, daqui para diante, nós queremos novas ideias.
“E vou provocá-los com uma decisão que já tomamos em assembleia da Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul: lá vamos fazer um acampamento da legalidade na frente ao Palácio Piratini, em homenagem a Leonel Brizola. Então, vocês aqui do Rio, acampem na Candelária. Não tenham medo! Façam um acampamento pela legalidade. Nós vamos fazer no Piratini, em Brasília e vamos permanecer firmes, resistindo até tirar desse cenário essa estupidez de tentativa de golpe. Se organizem para termos um projeto de país e seguir de plantão nas ruas. Bem-vindos à luta de classes! ”