(Foto: Roberto Parizotti)
A CUT repudia as reiteradas ações de parte de setores da imprensa e da direita que visam à criminalização dos movimentos sociais. Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), é mais uma vítima dessa perseguição. Eles querem nos intimidar e calar a nossa voz.
Na última semana, os partidos de direita PSDB e DEM entraram com representações na Justiça pedindo a prisão do dirigente dos sem-teto. Acusam Boulos de crime de incitação à violência. Isso porque, Boulos declarou que “o resultado de um golpe contra a democracia e os direitos sociais não seria a “paz dos cemitérios, mas greves e mobilizações” – históricas estratégias de luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora em qualquer país democrático.
O acirramento da luta contra o golpe expôs a estratégia de estímulo ao confronto da mídia golpista. A direita, que quer cassar uma presidenta legitimamente eleita é tratada com respeito, mesmo quando agridem, batem em pessoas só porque estão com roupas vermelhas. Já as lideranças ligadas aos movimentos sindical e sociais, que lutam pela democracia e pelos direitos da classe trabalhadora, têm suas falas distorcidas, editadas e manipuladas e, assim, expostas ao ódio e linchamentos públicos dos fascistas.
Para a CUT, é fundamental evitar esse discurso de ódio. Temos de defender a diversidade de pensamentos na sociedade brasileira de maneira pacífica, como sempre fizemos. Isso é parte indissociável da luta em defesa da democracia.
A CUT se solidariza ao companheiro Guilherme Boulos. Não permitiremos que tentem calar a voz dos movimentos sindical e sociais. Defender o líder do MTST e combater à criminalização dos movimentos sociais é também lutar por um Brasil mais democrático.
Pelo direito democrático da livre expressão.
São Paulo, 4 de abril de 2016
Vagner Freitas
Presidente Nacional da CUT