Passageiros protestam contra corte de linhas

Centenas de pessoas usam hashtag #QueroMeuÔnibusDeVolta para expressar seu descontento

Fonte: Brasil de Fato

Racionamento de linhas de ônibus no Rio é alvo de protesto | Foto: Stefano Figalo

 

As pessoas estão pagando mais caro, esperando mais no ponto, viajando sem conforto, com carro lotado sem ar condicionado, fazendo baldeação e demorando mais para chegar ao destino final. Essas são algumas das observações feitas por usuários do transporte público nas redes sociais.

Indignadas, algumas pessoas se organizaram e criaram uma página no Facebook chamada “Contra a racionalização das linhas de ônibus no Rio” e um evento com a hashtag #QueroMeuÔnibusDeVolta.

Muita gente está usando essas ferramentas para expor o drama que é usar ônibus no Rio, depois do corte e encurtamento de linhas. Somados a isso estão a diminuição da frota, o aumento do preço da passagem e a falta de ar condicionado no calor escaldante da cidade.

A moradora da Lapa, Angélica Alves, afirma que ficou muito mais complicado ir para a zona sul. “Moradores da Lapa mal conseguem chegar a Copacabana. Ir ao Leblon então ficou praticamente inviável. Ônibus precários, que demoram séculos para passar. Quando passam, estão lotados e o motorista ainda tem dupla função”, reclama a passageira.

Manoel Borges é morador da região portuária e desde que algumas linhas foram cortadas ele paga mais caro e chega mais tarde em casa. “Cadê ônibus que passava na rua Cardoso Marinho (Santo Cristo) e na central do Brasil? Queremos nosso ônibus de volta. Está faltando respeito com os trabalhadores e moradores do Santo Cristo e da Gamboa”, diz o usuário.

 

Insatisfação

A administradora da página “Contra a racionalização das linhas de ônibus no Rio”, que recebe reclamação da população, Luciana Guerra Malta, afirma que as pessoas se queixam muito da diminuição da frota de ônibus. “Sobretudo à noite está muito complicado. A gente espera demais nos pontos”, destaca a ativista.

Ela conta ainda que certas localidades ficaram praticamente sem ônibus, como Jacarepaguá e Santo Cristo. “Os moradores desses bairros foram muito prejudicados. Na zona oeste, de modo geral, a coisa piorou muito. Pessoas que já pegavam três ônibus agora pegam quatro”, diz Luciana.

Com a extinção das linhas 636, 734 e 766, agora é preciso tomar três ônibus para se deslocar da Freguesia, na região de Jacarepaguá, até Madureira. Um trajeto relativamente curto.

 

Dinheiro público

“Vale lembrar que cada passagem do Bilhete Único que não desembolsamos é paga pela Prefeitura. Esse dinheiro poderia ser revertido em estrutura de esporte, em saúde na clínica da família, em saneamento. Mas, ao invés disso, está indo direto para as empresas de ônibus em ano de campanha eleitoral”, explica Luciana Guerra.

A ativista que luta para melhorar o transporte público se juntou a outras pessoas insatisfeitas com a situação dos ônibus no Rio e juntas estão propondo algumas ações concretas. Uma delas é um abaixo-assinado que estão promovendo para pedir à Prefeitura que reveja as mudanças nas linhas e traga seu ônibus de volta.

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