CUT repudia medidas fiscais anunciadas por governo

Falta de diálogo do governo federal com a população é a maior preocupação da central

15/09/2015

Por Nadine Nascimento

 

Em resposta ao pacote de medidas fiscais recentemente anunciados, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) lançou uma nota nesta terça-feira (15) em que critica a postura do governo federal diante da crise. “Com o objetivo de supostamente reequilibrar as contas públicas, [o pacote] vai na contramão das necessidades do país e dos trabalhadores, pois onera a atividade econômica e reduz gastos sociais em um momento em que a recessão já atinge a todos (as)”, diz.

A maior preocupação da Central seria a falta de diálogo do governo nos momentos de tomadas de decisões “que afetam a vida de todo povo brasileiro”, o que faria com que as medidas tomadas não correspondessem aos anseios da população. “Nenhuma das medidas aponta para a retomada do crescimento e geração de empregos, que são os problemas mais urgentes e graves que enfrentamos atualmente”, afirma.

Na nota, a CUT diz ainda que pretende pedir uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para apresentar seu programa econômico que foca em saídas para crise “via retomada do crescimento, geração de empregos e distribuição de renda.”.

 

Ato na Paulista

Cerca de 10 mil trabalhadores ligados a CUT se reuniram na manhã desta terça-feira (15) na Avenida Paulista. O ato foi mais uma ação em repúdio ao pacote de medidas do governo que pretende equacionar o déficit orçamentário de mais de R$ 30,5 bilhões do próximo ano.

“É um pacote recessivo lamentável”, afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. Para ele, ao realizar cortes nos investimentos e nos direitos dos trabalhadores sinalizando para setores que não apoiaram a reeleição de Dilma Rousseff, o governo “tenta dialogar com o mercado, que é hostil a ele. No fim, não dialoga nem com empresários, nem com trabalhadores”, finaliza.

Entre as medidas anunciadas ontem estão a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), agora com alíquota de 0,2%, mais aumento das alíquotas de imposto de renda para pessoas com bens acima de R$ 1 milhão, corte nos gastos de programas sociais e mudanças nas cotas do chamado Sistema S, da indústria e comércio para custeio da previdência social.

Durante o ato, Freitas disse que vai enviar ainda hoje um ofício à presidenta Dilma Rousseff solicitando uma audiência para apresentar as propostas alternativas dos trabalhadores para a retomada do crescimento.

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