“Sem democracia nós não enfrentaremos o machismo”

5ª Marcha das Margaridas iniciou em Brasília em defesa do direito das mulheres

Fonte: Brasil de Fato

 

Com 70 mil pessoas, a 5a Marcha das Margaridas iniciou em Brasília. com protesto e seminários, a marcha faz a defesa dos direitos das mulheres, da democracia, denuncia políticas que as afetam e lembra da importância da agroecologia para a soberania alimentar do país.

Carmem Foro, vice presidente nacional da CUT, lembrou a importância da luta pela democracia. “Sem democracia nós não enfrentaremos o machismo. Queria convocar mais uma vez as ‘margaridas’ para quando tocarem no nosso projeto político estarmos na rua fazendo a defesa do que acreditamos”, afirmou.

A agricultora nordestina, Maria do Céu, avalia que muitas mudanças positivas já aconteceram, mas que só isso não basta. “Isso não significa dizer que nós não enfrentamos o machismo. Há muitas mulheres que ainda vivem no seu cantinho, porque não podem sair. E é por essas mulheres, que nós lutamos”, disse.

O ex-presidente Lula esteve lá na abertura da marcha, na terça-feira (11) pela noite, e disse não admitir retrocesso. Ele afirmou que ira voltar a viajar pelo país para ouvir o povo e reforçou a importância da Marcha das Margaridas. “Vocês aprenderam depois de muitas marchas que é possível mudar a história desse país. Quanto mais a gente quer, a gente conquista. Democracia não é um ato de silêncio, mas é o povo da rua reivindicando direitos”, frisou.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, reafirmou o compromisso com a reforma agrária no evento. “O primeiro é a luta pela reforma agrária, onde temos como meta assentar até o final do Governo Dilma todas as trabalhadoras e trabalhadores rurais que vivem debaixo da lona”, prometeu.

Na quarta-feira (12), último dia da macha, a presidenta Dilma Rousseff participa de um ato, no estádio Mané Garrincha, onde apresentará o compromisso do governo federal com as reivindicações listadas na pauta do movimento.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) está transmitindo ao vivo a marcha pelo link: www.contag.org.br.

 

Margarida Alves

A Marcha recebe o nome da líder sindical Margarida Maria Alves, paraibana e a primeira mulher a presidir uma central sindical, lutava pelo direito dos trabalhadores e não se calava diante das dificuldades. A líder só teve sua voz calada quando foi assassinada por um matador de aluguel numa noite de agosto de 1983. As mulheres que seguem a manifestação que recebe seu nome ainda lembram de uma de suas mais famosas frase “Da luta eu não fujo”.

*Com informações da Agência Brasil, Rede Brasil Atual e Contag.

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