A Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) repudia veementemente as declarações à imprensa do Ministro-Chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, neste sábado (2/11), sobre o atraso das obras dos aeroportos no país. Na reportagem, Moreira Franco afirma que os engenheiros brasileiros “são ruins e elaboram projetos mal feitos”. Ressaltamos que o atraso das obras em nada se relaciona à engenharia brasileira. As principais razões são a aceitação de projetos básicos para a licitação; a própria licitação com base na lei nº 8.666; e o “cipoal” da burocracia que envolve todo esse processo, além e principalmente da incúria aliada à incompetência de seus dirigentes do Ministério.
Em uma tentativa de retratação, o Ministro Moreira Franco divulgou uma nota neste domingo (3/11), que afirma “Tenho certeza que rapidamente teremos empresas de projetos e execução de obras com a mesma qualidade que tivemos no passado”. Há que se registrar o fato de que a engenharia nacional e os engenheiros brasileiros nada devem em termos de tecnologia e conhecimento em relação a profissionais de outros países. Por outro lado, desconhecer as verdadeiras razões que culminaram com o atraso das obras e se voltar contra uma categoria que tem contribuído de forma efetiva para o desenvolvimento nacional é um grande equívoco e absurdo. Ainda salientamos a importância da engenharia ser tipificada como carreira do Estado, para o fortalecimento de sua função social, conforme o projeto de lei nº13/2013.
Também não podemos permitir a postura omissa e conivente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), diante dos impropérios manifestados pelo Ministro Moreira Franco. Criticamos a postura do Confea ao evitar “polemizar” e não se posicionar contundentemente em defesa da engenharia nacional, conforme destacado na imprensa. É dever e atribuição da entidade zelar pela engenharia brasileira e não aceitamos que manifestações como as do Ministro fiquem sem resposta do nosso Confea e de todos os Creas de nosso país.
Tais declarações, certamente, sinalizam uma tentativa de desqualificação de uma categoria fundamental para o desenvolvimento do país e nós, da Fisenge, estamos atentos e comprometidos com a defesa da engenharia brasileira e da soberania nacional.