Eletrobras tem prejuízo trimestral de R$ 10,5 bi

Estatal encerrou 2012 com resultado negativo de R$ 6,9 bilhões

A Eletrobras sofreu prejuízo líquido de R$ 10,5 bilhões no quarto trimestre, encerrando 2012 com resultado negativo de R$ 6,9 bilhões, pressionada por uma série de perdas bilionárias que incluíram a renovação das concessões de energia decidida pelo governo no ano passado.

A companhia, que anunciou ainda plano de investimento de R$ 52,4 bilhões entre 2013 e 2017, registrou no quarto trimestre perdas de R$ 10 bilhões relacionadas à antecipação da renovação das concessões no plano do governo para reduzir as tarifas de energia.

Segundo o balanço da estatal, as perdas em geração relacionadas à renovação somaram R$ 7,34 bilhões, enquanto na transmissão houve perda de R$ 3,1 bilhões e a distribuição registrou ganho de R$ 359 milhões. A companhia também apurou, entre os eventos não recorrentes do quarto trimestre, perda de R$ 1,6 bilhão relacionada a contrato oneroso de Jirau.

Com isso, a Eletrobras teve uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) negativa em R$ 12 bilhões no quarto trimestre, com margem também negativa de 124%. Um ano antes, o Ebitda havia sido de R$ 1,2 bilhão, com margem de 14%.

No ano, o Ebitda foi negativo em R$ 6,17 bilhões. Segundo a Eletrobras, não fossem os efeitos “atípicos”, o Ebitda de 2012 teria sido de R$ 5,5 bilhões, queda de 8,4% sobre 2011, pressionado por queda na receita de repasse da usina de Itaipu e aumento de provisões.

A Eletrobras apurou receita líquida de R$ 9,68 bilhões no quarto trimestre, aumento de 10,6% sobre o mesmo período de 2011.

A dívida líquida somou R$ 23,57 bilhões ao final do ano passado, ante R$ 11,43 bilhões em 2011.

Investimentos

No plano de investimento da estatal, que deve ser detalhado ainda nesta quinta-feira, a Eletrobras afirmou que o total de recursos a serem destinados a novos projetos entre 2013 e 2017 é de R$ 20,3 bilhões, somados aos R$ 32,1 bilhões que já estão comprometidos com empreendimentos contratados.

Após o prejuízo bilionário de 2012, a companhia afirmou no plano prever redução de 30% no custeio nos próximos três anos. Para conseguir parte disso, o grupo vai fazer contingenciamento de 20 por cento no orçamento de materiais, serviços e outras despesas para todas as empresas do grupo em 2013.

A empresa informou ainda que deve concluir em 90 dias estudos sobre alternativas para reestruturação de seus negócios na área de distribuição de energia e que contratará consultoria especializada para apoiar a reestruturação de seu modelo de negócio societário, de governança e de gestão.

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