Morro da Providência, no centro do Rio de Janeiri (Imagem do filme: Casas Marcadas)
O documentário Casas Marcadas foi exibido nesta terça feira (19/2) para a diretoria do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ). O filme fala sobre as desapropriações realizadas no Morro da Providência, centro do Rio.
O engenheiro civil e um dos realizadores do filme Beto Moreira esteve presente na ocasião e relatou as práticas de desrespeito aos direitos dos moradores da favela carioca.
O nome do filme faz menção a sinalização deixada pela Secretaria Municipal de Habitação, SMH, que indica quais casas deverão ser removidas. Em muitos casos, os moradores só tomaram conhecimento da desapropriação após a marcação da prefeitura.
Marcação feita pela prefeitura (imagem do filme) |
“A Secretaria Municipal de Habitação não negocia a remoção dos moradores em conjunto. A negociação é feita casa a casa. Sendo assim, se uma pessoa decide sair, a casa é demolida e o entulho fica. Aparecem ratos, baratas e outros bichos”, afirma Beto.
Segundo ele, consta no contrato do consórcio, responsável pelas obras, a remoção dos entulhos. Contudo, isto não acontece.
O diretor do Senge-RJ, Flávio Ramos, lembrou que para a realização de qualquer projeto é necessário que haja uma consulta as comunidades impactadas. “O que ocorre é o contrário! São as grandes empreiteiras que são consultadas”. Ele enfatizou, ainda, que a prefeitura está tomando o mesmo caminho da Ditadura Militar.
O filme foi realizado por quatro alunos dos cursos regulares da Escola de Cinema Darcy Ribeiro: Adriana Barradas, Juliette Lizeray, alunos de Direção, Ethel de Oliveira e Carlos R. S. Moreira (Beto), alunos de Montagem e Edição. O curta teve ainda Alessandra Schimite e Ana Clara da Rocha, como realizadoras.