Os moradores de Santa Teresa bloquearam, na noite desta terça-feira (18), a retirada da carcaça de um dos bondes para a sede da empresa T-Trans, em Três Rios, do sul do Rio de Janeiro. A carreta ficou presa nos fios elétricos da rua e acabou arrebentando a fiação.
“Ele estava colocado em pacotes de plástico, amarrado com barbante. Era uma coisa bem precária, improvisada”, criticou Ângela Tude, diretora da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast). “Eles fizeram o bonde do mesmo jeito, sem nem analisar a rua. Isso aqui não é o metrô ou o trem. A rua não tem rebaixamento e eles fizeram um bonde que não coube nos trilhos, andava com o chassi arrastando no chão. Eles fazem tudo nas coxas.”
Segundo os manifestantes, a carreta estava transportando um bonde do tipo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), reformado pela própria T-Trans e tirado de circulação em 2008 por não se adequar às especificações do bairro.
Ainda segundo ela, um capitão da Polícia Militar chegou ao local e viu que o bonde estava sendo transportado de maneira incorreta. “Ele disse que esse tipo de transporte de carga pesada precisa de autorização para circulação, o que não foi realizado.”
A diretora da Amast criticou também o fato da T-Trans ter sido escolhida para fornecer os novos 14 bondes para o bairro e a maneira como a empresa está pretendendo construí-los.
“Temíamos que eles estivessem levando os bondes antigos, mas eles falaram que estavam levando o VLT para usá-lo como modelo para os novos, mas não é isso que nós queremos. Lutamos pelos 14 bondes tradicionais que realmente atendam às necessidades do bairro”, afirmou Ângela. “Eles tinham que respeitar o tombamento do IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e não fazer bondes novos.”
