A Petrobras informou ao mercado financeiro, na última quarta-feira (10/01), que não irá prorrogar o contrato de uso de sua bandeira com a Vibra Energia, empresa formada pelos ativos da BR Distribuidora, privatizada por Temer e Bolsonaro.
Braço responsável pela distribuição da Petrobras, completando toda a cadeia de óleo e gás “do poço ao posto”, a BR distribuidora teve 30% de suas ações vendidas após o golpe de 2016. Posteriormente, durante o governo Bolsonaro, a Petrobras desfez-se de todas as ações remanescentes, transformando a empresa em um empreendimento totalmente privado.
A venda de empresas de distribuição não é comum em petrolíferas, uma vez que a distribuição própria é responsável por gerar os dados de mercado usados pela área produtora para o planejamento baseado na demanda de derivados. Sem esse controle, as empresas correm risco de ociosidade e contratações emergenciais, podendo implicar em desabastecimento. A distribuição própria também é uma salvaguarda contra a adulteração de combustíveis.
Um passo infeliz
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, declarou em outubro do último ano, em evento no BNDES, que a venda da BR Distribuidora foi “um passo muito infeliz”. Segundo ele, “uma empresa de petróleo tradicional tem exploração e produção, refino, gás e, de alguma forma, comercialização que chega ao consumidor final. Essa última parte, infelizmente, nós teremos que reconstruir, porque nós nos afastamos disso quando vendemos a BR. Infelizmente esse foi um passo que foi muito infeliz ao meu ver”.
O contrato, que concede à Vibra acesso a 8.383 postos de combustíveis em todo o país, se encerra em julho de 2029. A Vibra afirmou à imprensa que o comunicado “não gera qualquer mudança estratégica da companhia em relação a seus revendedores e clientes em geral”, e que a não renovação do contrato já estava em seu radar.
Texto: Rodrigo Mariano/Senge RJ
Com informações do Clube de Engenharia. Brasil 247 e AEPET