Relatório anual da Oxfam aponta aceleração do acúmulo de patrimônio entre os 5 mais ricos e o aumento da pobreza para 60% do mundo

Sem repensar o setor privado e promover uma radical redistribuição do poder dos bilionários e das grandes empresas às pessoas comuns, a desigualdade extrema tende a se agravar na próxima década. O alerta é do relatório anual da Oxfam, que confirma o que é visto e sentido em todo o mundo. 

Embora os alertas tenham se repetido, ano após ano, os números do levantamento recém-publicado ajudam a colocar em perspectiva o tamanho do problema: se cada um dos cinco homens mais ricos gastasse um milhão de dólares por dia, levariam 476 anos para esgotar toda a fortuna combinada. Já para erradicar a pobreza no mundo, seriam necessários 230 anos.

O relatório apresenta em dados o atual cenário da grande máquina de produzir desigualdades na qual se transformou o planeta, graças ao aumento desmedido do patrimônio de grandes empresas e seus donos. Enquanto exigem cada vez mais de seus trabalhadores, elas pressionam governos para contribuírem cada vez menos com impostos para o bem comum. A acumulação desenfreada não é apenas patrimonial, mas de poder de influência e decisão nos rumos de países inteiros. 

O documento, lançado anualmente no período do Fórum Mundial Econômico de Davos, na Suíça, que reúne lideranças políticas e empresariais de todo mundo para tratar, entre outros assuntos, da crescente desigualdade, aponta para o surgimento do primeiro trilionário do mundo nos próximos dez anos, graças aos monopólios empresariais em nível global.

Enquanto a minoria milionária se distancia na maioria miserável, o próprio planeta é consumido e caminha a passos largos para o colapso climático. O relatório destaca que o 1% mais rico do mundo emite carbono equivalente ao produzido pelos dois terços mais pobres e, uma vez que extraem lucros exorbitantes da poluição, trabalham contra as iniciativas que buscam reduzir a emissão de gases do efeito estufa. 

Clique aqui para baixar o documento completo.

 

Rodrigo Mariano/Senge RJ
com informações do Brasil de Fato
Fotos: Tânia Rego/Agência Brasil

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