Os eletricitários tiveram um impacto extra com a divulgação do vídeo da reunião ministerial do ex-presidente Jair Bolsonaro, na qual os presentes são incentivados a tomar parte de um golpe contra a democracia brasileira. Sentado à mesa estava Bruno Eustáquio, atual diretor de Relações Institucionais e Programas de Governo da Eletrobras privatizada.
Eustáquio, que participou da reunião golpista como secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura do governo fascista, é mais um caso da profunda infiltração bolsonarista em cargos próximos ao governo, que o presidente Lula vem tentando expurgar.
Diante do flagrante, os eletricitários destacam que “estando na reunião do golpe, o atual diretor da Eletrobras privatizada também se liga ao atentado à democracia, contaminando ainda mais o clima organizacional”. Os trabalhadores apontam que a presença do apoiador do governo fascista na diretoria da empresa faz cair por terra os discursos de boas práticas de mercado e a leniência da empresa em um caso que fere diretamente seu Compliance.
Ao lado dos servidores da ex-estatal está o deputado Alencar Santana (PT/SP), que destaca que “Bruno Eustáquio não pode continuar à frente de uma empresa estratégica para o país, entregue de maneira sorrateira à iniciativa privada. Não há condições jurídicas e políticas de ele permanecer. Sua saída se faz necessária. Ele terá o devido direito de defesa, mas não tem as mínimas condições de continuar”.
Com 43% das ações da Eletrobras, mas com voto limitado a 10%, o governo é obrigado a lidar com um diretor que tomou parte na reunião que planejava impedir sua posse. É insustentável. “Aqueles que contribuíram para a tentativa de golpe contra a democracia do país não podem continuar na Eletrobrás. A empresa ter na sua diretoria alguém que participou daquela reunião com Bolsonaro não pode continuar”, destacou o vice-líder do governo na Câmara ao Brasil 247.
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Edição: Rodrigo Mariano/Senge RJ
Foto: Reprodução Boletim AEEL