Não há soberania sem educação

“Ele era educador. Ele tinha isso de colocar na luta política a questão da educação pública de qualidade para todos”, foi o que disse José Ronaldo Alves da Cunha, presidente da Fundação Darcy Ribeiro, em entrevista ao Soberania em Debate, na última quinta-feira (22).

A entrevista, conduzida pela jornalista Beth Costa e pelo advogado e cientista político Jorge Folena, mostra um pouco mais de quem foi Darcy Ribeiro e o legado que ele deixou.

Darcy Ribeiro, antropólogo, sociólogo, escritor, historiador e político brasileiro, tinha como foco os indígenas e a educação. O antropólogo tinha muitos sonhos e um deles era de criar a Biblioteca Básica latino-americana, com o objetivo de ajudar na compreensão de nossa história, mas ele não teve tempo de ver o sonho se tornar realidade.

Um de seus maiores legados foi a criação da Fundação Darcy Ribeiro, uma instituição dedicada a promover a educação, a cultura e a pesquisa no Brasil. Através de programas educacionais, projetos culturais e iniciativas de pesquisa, a Fundação Darcy Ribeiro busca manter vivo o espírito e os ideais do seu fundador, contribuindo para a construção de um Brasil mais justo e democrático. A entrevista com o amigo e companheiro de luta, José Cunha, mostra o quanto a fundação tem de capacidade para contribuir com uma educação melhor, porém faltam parcerias.

A Biblioteca Básica Brasileira, que traz títulos escolhidos por Darcy para quem quer conhecer o Brasil, segue firme na luta e tem livros gratuitos para download, basta acessar Fundação Darcy Ribeiro (fundar.org.br).

Para José Ronaldo, também é de suma importância a integração cultural latino-americana, era nisso que Darcy acreditava e é nisso que José acredita. Mesmo diante de muita luta, ele seguiu o sonho do amigo e em parceria com o Ateliê̂ de Humanidades Editora e com o Tucán Ediciones deram prosseguimento a criação da primeira coleção de livros da Biblioteca Básica Latino-Americana, que está disponível nas redes da fundação.

Diante de todas as dificuldades, a Fundação segue em funcionamento, sem apoio nenhum. “Como um projeto desse não é reconhecido pelo Ministério da Cultura e o Ministério da Educação?” – indagou Jorge Folena.


Texto: Nice Lira

Foto: Fundação Darcy Ribeiro

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