O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, na noite desta terça-feira (14/05), o agora ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A permanência de Prates no comando da empresa vinha sendo considerada insustentável graças à incompatibilidade entre o entendimento do Governo – de uma Petrobras que é ferramenta para o desenvolvimento nacional – e de Prates, que vinha favorecendo a distribuição de lucros a acionistas e compras internacionais.
Segundo a apuração do Estadão/Broadcast, o motivo seria a demora na contratação de embarcações nos estaleiros nacionais. Nos primeiros governos Lula, as compras e contratações da Petrobras foram responsáveis por uma era de prosperidade para a indústria naval brasileira. O modelo é adotado por diferentes países, como Política de Estado, para sustentar o setor naval, estratégico e, se dependente, suscetível a controle internacional que ameaça diretamente a soberania nacional.
A retomada da indústria naval é pauta de um movimento que nasceu nos sindicatos, ganhou frentes parlamentares no Congresso e na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e vinha aumentando desde 2023, pressionando por avanços.
O setor naval brasileiro tem hoje cerca de 70 mil pessoas e 19 estaleiros aguardando a retomada das encomendas para suprir a demanda do país.
Rodrigo Mariano/Senge RJ | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil