O ex-governador Roberto Requião entrou com ação popular contra a privatização da Eletrobras.
Na ação, ele pede que a Justiça devolva à União o poder de voto na Eletrobras, perdido com a privatização realizada no governo Bolsonaro, quando Paulo Guedes era o ministro da Fazenda. Em despacho nesta semana, o juiz Cláudio Roberto da Silva determinou que a União e a Eletrobras se manifestem.
“O governo foi lesado de uma forma brutal, com essa negociata da Eletrobras. Ele tinha 65 por cento das ações. De repente, ele fica com 43 por cento das ações. E desses 43 por cento das ações, ele perde o direito de voto de 33 por cento, porque o Conselho de Administração faz modificações estatutárias”, disse, durante live no canal Brasil 247.
Organizações populares e sindicais aderiram e têm acordo com a iniciativa de Requião.
“O que a gestão Bolsonaro fez com a Eletrobras foi extremamente lesivo ao povo brasileiro. Para o mercado, é o melhor dos mundos: não detém a maioria das ações, mas exerce o controle da política da empresa. Aí se organiza para receber o lucro e, se der problema, transfere a responsabilidade para a União. A ‘nova Eletrobras’ não se preocupa com o desenvolvimento do Brasil, mas apenas de sugar seus recursos. Esse modelo foi aplicado na Copel e seus efeitos nocivos já são percebidos”, afirma Leandro Grassmann, engenheiro eletricista e presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).
Além de comparar a privatização nacional com a que ocorreu no Paraná, Grassmann elenca o prejuízo que incide sobre os trabalhadores da antiga estatal de energia.
“Para os funcionários, perda de direitos, demissão em massa e outros prejuízos; para a população, queda da qualidade do serviço, apagões e demora de tempo para restabelecer energia. A retomada do controle da Eletrobras é fundamental dentro de um conceito de soberania nacional e desenvolvimento”, afirma.
Fonte: Brasil de Fato, com informações do Revérbero | Texto: Pedro Carrano | Edição: Lucas Botelho | Foto: STIU-DF