A Cultura Popular como aliada na Educação e Resistência Social

“Estudar a cultura popular brasileira é estudar de onde eu vim!... Eu sou filho da cultura popular do Brasil. Eu fui educado pela cultura popular do Brasil.”, afirmou Luiz Antônio Simas no Soberania em Debate do dia 20 de junho.

O advogado e cientista político Jorge Folena e a jornalista Beth Costa receberam o professor de história e escritor Luiz Antônio Simas para um bate-papo importante sobre cultura e identidade.

O historiador tem a cultura popular carioca como um dos focos principais de trabalho. Ele enxerga essa cultura como uma expressão vibrante e complexa das identidades e das vivências dos moradores do Rio de Janeiro.

Luiz afirma que é possível educar uma pessoa de várias formas através da cultura. “A escolaridade não é sinônimo de educação. Você se educa na rua, você se educa na festa, você se educa no botequim, você se educa no terreiro, na igreja, no futebol…”.

A Cultura Popular como Ferramenta de Educação e Resistência

Beth Costa trouxe ao debate a resistência da cultura brasileira diante da guerra declarada pelo governo Bolsonaro (2019 – 2022) e indagou sobre a importância da cultura para a soberania. Luiz disse: “É impossível pensar em soberania sem cultura. Não se constrói o futuro se você não disputar o passado.”.

A cultura de um país, estado, cidade, bairro, rua, favela é a identidade de um povo e merece respeito e atenção. No Brasil, são muitas as pessoas que não têm a oportunidade de frequentar uma escola ou de sair de onde moram para aprender sobre outras culturas.

O que elas vivem, o que é passado de geração em geração, é o que as sustenta, é o que ajuda a criar a relação de pertencimento. Luiz Antônio Simas citou a obra “A Sabedoria da Escassez” do professor Milton Santos: “Nós somos existência, mas somos resistência. Resistimos e ao mesmo tempo inventamos algo diferente.

Em suas reflexões sobre desenvolvimento, globalização e geografia humana, Milton Santos sempre deixou claro que “As práticas e os conhecimentos locais devem ser valorizados e respeitados“. Por isso, falar sobre cultura popular e a importância na educação deve ser algo frequente.

O Carnaval, as Festas Juninas, a Folia de Reis, a Congada, o Bumba Meu Boi, o Maracatu, a Capoeira, o Frevo e os Bailes Funks, além de transmitirem ensinamentos para quem os vive, movimentam a economia e contribuem para a visibilidade dos territórios.

A cultura popular não apenas preserva tradições e promove a diversidade, mas também fortalece os laços de pertencimento e resiliência de uma sociedade. Ao valorizar e disseminar suas expressões artísticas e rituais, como mencionado por Luiz Antônio Simas e Milton Santos, o Brasil celebra sua história compartilhada e enriquece uma identidade coletiva enraizada na riqueza cultural do país.

 

O programa Soberania em Debate, projeto do SOS Brasil Soberano, do Sindicato dos Engenheiros no Rio de Janeiro (Senge RJ), é transmitido ao vivo pelo YouTube, todas as quintas-feiras, às 16h. A apresentação é da jornalista Beth Costa e do cientista social e advogado Jorge Folena, com assessorias técnica e de imprensa de Felipe Varanda e Lidia Pena, respectivamente. Design e mídias sociais são de Ana Terra. O programa também pode ser assistido pela TVT aos sábados, às 17h e à meia noite de domingo e pelo Canal do Conde, no Youtube.

 

Texto: Nice Lira | Foto: Thomaz Silva / Agência Brasil

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