A feira ROG.e 2024 está chegando ao fim com uma promessa animadora para a indústria naval brasileira. A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, trouxe uma nova perspectiva de ocupação para os estaleiros nacionais. Como já noticiamos recentemente, a companhia está avaliando a possibilidade de reaproveitar algumas de suas plataformas que estão na fila para serem descomissionadas. Magda afirmou que essas obras poderão ser realizadas no Brasil. No momento, a Petrobrás analisa o reaproveitamento de quatro unidades: P-35, P-37, P47 e, possivelmente, P-19.
“Estamos criando um grupo de trabalho, e acreditamos que conseguiremos aprovar o reaproveitamento das plataformas 35, 37, 47 e, quem sabe, a 19”, disse a executiva em um dos painéis de encerramento da ROG.e. “Faremos essas obras em estaleiros nacionais. Para vocês terem uma ideia, no Rio Grande do Sul, estão ameaçando demitir 3.200 pessoas no polo naval por falta de encomendas. Isso não pode acontecer. Uma empresa que tem empatia pela sociedade brasileira, como a Petrobrás, não pode permitir uma coisa dessas”, acrescentou Magda, que ainda afirmou que a Petrobrás está do lado da indústria brasileira.
MAGDA SOBRE A MARGEM EQUATORIAL: “O BRASIL VAI ACORDAR PARA ESSA REALIDADE”
A presidente da petroleira lembrou ainda de sua época à frente da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da realização da 11ª Rodada de Licitações, que vendeu blocos exploratórios na Margem Equatorial, em 2013. Mais de 10 anos após o leilão, os projetos na região ainda não avançaram, especialmente por conta de dificuldades no licenciamento ambiental.
“Estamos 10 anos atrasados. Realmente acreditamos que o Brasil vai acordar para essa realidade e que os órgãos ambientais entenderão o tamanho do desafio que temos pela frente, para continuar mantendo o petróleo como o principal produto de exportação do Brasil”, apontou Magda. Ela lembrou ainda que a exploração de novas fronteiras é essencial para manter o nível de produção e a autossuficiência de petróleo do Brasil.
“Não queremos, depois de tanto esforço para sermos exportadores de petróleo, voltar àquela fase passada de importação custosa. Essa exploração [da Margem Equatorial] tem a responsabilidade de ajudar o Brasil a continuar explorando, produzindo e gerando riqueza para a sociedade”, finalizou.
No início da tarde de hoje, a presidente Magda Chambriard recebeu o CEO da estatal surinamesa Staatsolie, Annand Jagesar, para assinatura de memorando de entendimento que visa avaliar oportunidades de cooperação nas áreas de exploração e produção de hidrocarbonetos, captura de carbono, novas fontes de energia, planejamento de resposta a contingências, entre outras áreas. A cooperação com Staatsolie poderá ainda resultar em melhores práticas sustentáveis de óleo e gás e contribuir para a resiliência climática na região.
Fonte: Petronotícias