O Futuro do Trabalho: Desigualdades impactam o desempenho do Brasil na Revolução da Requalificação

Mudanças no mundo do trabalho devem criar 170 milhões de novos empregos até 2030, mas, ao mesmo tempo, eliminar 92 milhões de ocupações. O saldo positivo de 78 milhões de vagas beneficiará, em sua maior parte, os países que investirem em qualificação contínua da força de trabalho e no fortalecimento econômico

O Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, destaca o impacto das transformações tecnológicas, econômicas, demográficas e da transição verde no mercado de trabalho global. De acordo com o estudo, essas mudanças devem criar 170 milhões de novos empregos até 2030, mas, ao mesmo tempo, eliminar 92 milhões de ocupações. O saldo positivo de 78 milhões de vagas beneficiará, em sua maior parte, os países que investirem em qualificação contínua da força de trabalho e no fortalecimento econômico.

Contudo, o relatório alerta que as melhores oportunidades – trabalhos com maior remuneração, menos desgaste físico e maior proteção social – estarão concentradas em economias que priorizarem o desenvolvimento de competências técnicas e inovação. A disparidade entre os países pode ser decisiva para determinar se o foco será na formação de profissionais como desenvolvedores de aplicativos ou na geração de empregos menos qualificados, como motoristas e trabalhadores rurais, que contribuem pouco para o crescimento econômico.

O Futuro do Trabalho: Tecnologia, Economia e a Revolução da Requalificação

O Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, destaca o impacto das transformações tecnológicas, econômicas, demográficas e da transição verde no mercado de trabalho global. De acordo com o estudo, essas mudanças devem criar 170 milhões de novos empregos até 2030, mas, ao mesmo tempo, eliminar 92 milhões de ocupações. O saldo positivo de 78 milhões de vagas beneficiará, em sua maior parte, os países que investirem em qualificação contínua da força de trabalho e no fortalecimento econômico.

Contudo, o relatório alerta que as melhores oportunidades – trabalhos com maior remuneração, menos desgaste físico e maior proteção social – estarão concentradas em economias que priorizarem o desenvolvimento de competências técnicas e inovação. A disparidade entre os países pode ser decisiva para determinar se o foco será na formação de profissionais como desenvolvedores de aplicativos ou na geração de empregos menos qualificados, como motoristas e trabalhadores rurais, que contribuem pouco para o crescimento econômico.

Desafios para o Brasil e a Alta Desigualdade

A “revolução da requalificação”, como aponta o relatório, será um marco do século 21. No entanto, países como o Brasil ainda enfrentam barreiras históricas, como a alta desigualdade socioeconômica, um problema que remonta aos séculos 19 e 20 e dificulta o acesso a oportunidades iguais no mercado de trabalho.

A consultora Thais Requito, especialista em futuro do trabalho, reforça a necessidade de resolver questões básicas antes de mirar avanços tecnológicos. “Ainda há muitas pessoas sem acesso ao mínimo necessário. Mesmo quando pensamos em robôs e inteligência artificial, essas pessoas vão continuar disputando vagas em um mercado que exige qualificação cada vez maior”, analisa.

Para ela, políticas públicas inclusivas e subsídios para ampliar o acesso à educação e à qualificação são essenciais. Sem essas medidas, a transição tecnológica pode agravar a exclusão social. Além disso, ela destaca que a renda básica universal vem sendo amplamente discutida como uma forma de garantir subsistência para trabalhadores substituídos por máquinas.

Tensões Geopolíticas e Mudanças Demográficas

Outro fator destacado no relatório são as tensões geopolíticas e a ascensão de governos de extrema direita em países como os Estados Unidos. Thais Requito observa que tais movimentos provocam fechamento de fronteiras e retração nas relações internacionais, o que pode dificultar a cooperação global necessária para enfrentar os desafios do futuro do trabalho.

Além disso, as mudanças demográficas, como o envelhecimento da população, estão exigindo uma maior permanência de trabalhadores no mercado, especialmente em áreas como cuidados pessoais. Profissões relacionadas ao cuidado, por exemplo, devem crescer significativamente nos próximos anos, conforme apontam dados do Fórum Econômico Mundial.

As Habilidades do Futuro

Apesar da crescente automação, habilidades humanas continuarão a ser indispensáveis no mercado de trabalho. Segundo a consultora, competências como empatia, pensamento crítico, criatividade e autorregulação emocional são mais resistentes à substituição por máquinas e garantirão maior adaptabilidade ao longo das mudanças.

“Imagine que você tem autoconsciência, capacidade de autorregulação, empatia e pensamento crítico. Essas habilidades vão te acompanhar independentemente das transformações do mercado. Seja como engenheiro, marceneiro ou padeiro, essas competências continuarão sendo essenciais para a sua prosperidade profissional”, avalia Requito.

Educação e Inclusão como Soluções para o Futuro

O relatório sobre o futuro dos empregos abrange 55 economias globais, incluindo o Brasil, e serve como um alerta para os governos e empresas que desejam se posicionar na vanguarda do mercado de trabalho. A educação continuada, a requalificação profissional e a redução das desigualdades devem ser prioridades para que países como o Brasil não fiquem para trás na corrida tecnológica.

O documento completo, com cerca de 300 páginas, está disponível na internet e é uma leitura obrigatória para quem deseja entender os rumos do mercado de trabalho no século 21.

 

Edição: Rodrigo Mariano/Senge RJ (com informações da Agência Brasil) | Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

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