Olímpio fala sobre sindicalismo, comunicação e luta de classes ao Abraço Entrevista

O presidente do Senge RJ, Olímpio Alves dos Santos, foi o entrevistado do programa da última terça-feira, 8 de abril.

No encontro com o jornalista e comunicador popular Geremias dos Santos, o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ), Olímpio Alves dos Santos, falou sobre a trajetória do sindicato — dedicado não só às lutas corporativas por direitos de engenheiros e engenheiras, mas também atento às questões sociais e movimentos organizados, engajado no enfrentamento ao fascismo. “Buscamos debater outros temas da sociedade, levar política e consciência para outros setores, fazer o contraponto ao fascismo, que vem crescendo no mundo todo.”

Com o tema “O sindicalismo brasileiro em tempos de extrema-direita”, o programa, transmitido pelo YouTube e por rádios comunitárias do Ceará e Goiás, fez uma viagem pela história do sindicalismo no Brasil — desde o anarco-sindicalismo, passando pela pulverização da luta sindical na Era Vargas, quando a organização dos trabalhadores foi fragmentada por categorias, até o cenário pós-2017, marcado pela Reforma Trabalhista de Michel Temer, que retirou o financiamento das entidades sindicais sem oferecer alternativa.

“Houve um descolamento dos sindicatos da luta de classes. Após a ditadura, nosso grande mote passou a ser as negociações. Elas são válidas, mas não podemos ser apenas isso. Sindicatos são entidades que lutam pelos direitos dos trabalhadores em sua ampla visão, com um projeto de construção de nação. Porque é impossível lutar por direitos em uma nação que não é dona de seu destino. Precisamos superar essa fase”, apontou Olímpio.

O golpe de 2016 e seus impactos também tiveram destaque na entrevista, assim como os efeitos da propaganda neoliberal sobre a consciência da classe trabalhadora e a percepção sobre sua própria condição de classe. O poder das big techs e os desafios que ele impõe à comunicação popular também foram pauta da conversa.

“A ascensão do fascismo na Alemanha e na Itália se deu justamente com a mudança de paradigma provocada pela radiodifusão. Eles souberam usar muito bem o rádio para convencer a população da Alemanha a entrar naquela aventura. Hoje vemos algo parecido com as big techs. Fomos divididos em bolhas, e isso está criando sérios problemas. Elas não têm regulação e impõem seus padrões de comunicação sem controle. Devemos criar nossas próprias redes, reguladas por nós mesmos. Mas, para isso, é preciso que haja um país soberano”, destacou Olímpio.

O programa Abraço Brasil é uma produção da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço Brasil), parceira do Senge RJ na distribuição do programa Soberania em Debate, parte do projeto SOS Brasil Soberano, do Senge RJ.

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Confira a entrevista na íntegra:

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