Um artista visual, em parceria com a Ação Educativa e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), busca recursos para uma missão mais do que necessária em tempos de ressurgimento da extrema-direita no Brasil e no mundo. O grande mural de Paulo Freire, instalado na lateral de um prédio na Avenida Pacaembu, Barra Funda, Zona Leste de São Paulo, em 2021, precisa de restauração para não desaparecer.
Inaugurada em 2021, a obra sofreu com a exposição ao tempo, e sua mensagem, “Esperançar: Amar é um ato de coragem”, está se apagando. Parte de uma disputa histórica pelos símbolos que compõem as cidades e pelas narrativas que eles transmitem à população, a homenagem ao pedagogo foi realizada em 2021 pelo artista visual Raul Zito, com recursos do Museu de Arte de Rua (MAR) e da Prefeitura de São Paulo. A manutenção e restauração do mural, no entanto, não fazem parte do programa orçamentário da Prefeitura.
A ideia surgiu em 2018, após o então candidato à presidência, Jair Bolsonaro (PL), afirmar que expurgaria a “ideologia de Paulo Freire” da educação, caso fosse eleito. O candidato foi eleito, mas não conseguiu implementar seu plano. Embora inelegível e prestes a ser preso, o objetivo do ex-presidente e réu por tentativa de golpe de Estado será levado adiante por aqueles que hoje assumem a tarefa de executar a política de terra arrasada que o fascismo tem como projeto para o Brasil.
Restaurar o mural é, mais do que nunca, um ato de resistência e de reafirmação de que a memória e a pedagogia de Paulo Freire jamais cairão frente ao fascismo. As obras estão previstas para o final de junho e início de julho.
Para colaborar com a restauração do painel, é possível enviar qualquer valor via PIX para a chave 04.375.977/0001-44 (CNPJ), em nome de LUMINAPRESS Produções Fotográficas S/C LTDA.-ME
Texto: Rodrigo Mariano (com informaçõe do Brasil de Fato)