Governo pretende encerrar repasses socioambientais da Itaipu Binacional em 2027

O governo federal irá propor, na renegociação do tratado da Itaipu, o fim dos gastos da usina com ações socioambientais a partir de janeiro de 2027, conforme anúncio do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia)

Durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o ministro afirmou que o objetivo da medida é “baratear o preço da energia elétrica”.

Segundo o ministro, “o preço da energia é um insumo fundamental ao desenvolvimento nacional. Há uma contradição: temos uma matriz excepcional, altamente atrativa.” Ele também ressaltou que uma energia mais acessível pode atrair investimentos estratégicos, como data centers que exigem elevado consumo energético e buscam fontes limpas e estáveis.

Contexto da renegociação

O tema está vinculado ao Tratado de Itaipu (1973), que entre outros pontos institui o Anexo C — responsável por definir as regras relativas a tarifas, divisão de custos e prestação de serviços no âmbito da usina, binacional entre Brasil e Paraguai.

O tratado previa revisão após 50 anos (em 2023), mas o novo acordo ainda não foi firmado, e as negociações seguem com prorrogações sucessivas.

Repasses socioambientais

Os recursos socioambientais da Itaipu são tradicionalmente destinados a projetos em áreas como saúde, educação, meio ambiente e infraestrutura nas regiões próximas à usina — especialmente no Oeste do Paraná e no Paraguai.

Ao propor o fim desses repasses, o governo argumenta que será possível reduzir a tarifa de energia elétrica — o que tornaria o Brasil mais competitivo para investimentos.

Com informações do Poder 360 – Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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