Nota de repúdio a casos de injúria racial e assédio moral na Eletronuclear

É inadmissível que um executivo da empresa — Sidnei Bispo, diretor administrativo — siga atuando normalmente após denúncia de crime grave contra um funcionário, inclusive em reuniões das quais participam outros servidores que o acompanharam na denúncia e foram testemunhas dos fatos

O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) manifesta seu profundo repúdio e indignação diante dos reiterados atos de injúria racial e assédio moral que vitimaram um trabalhador negro da Eletronuclear entre setembro de 2023 e janeiro de 2024.

É inadmissível que um executivo da empresa — Sidnei Bispo, diretor administrativo — siga atuando normalmente após denúncia de crime grave contra um funcionário, inclusive em reuniões das quais participaram outros servidores que o acompanharam na denúncia e foram testemunhas dos fatos.

Destacamos que o racismo recreativo — aquele que se expressa por meio do humor, de piadas e de “brincadeiras” — também configura crime de injúria racial, contribuindo para perpetuar o preconceito entranhado nas estruturas sociais e no mundo do trabalho. Esse tipo de conduta naturaliza o racismo, torna aceitável o discurso discriminatório e reforça práticas cotidianas de exclusão. É criminoso e deve ser tratado como tal, nunca como forma de entretenimento.

O Senge RJ considera que Sidnei Bispo sempre atuou de forma contrária ao interesse público no âmbito da diretoria da Eletronuclear, sendo historicamente combatido pelo movimento sindical. Jamais deveria ter sido empossado em cargo de direção de uma empresa pública — ainda mais no setor nuclear brasileiro — e já deveria ter sido afastado há muito tempo. A situação torna-se ainda mais grave após as denúncias de injúria racial.

Expressamos, ainda, nossa solidariedade ao trabalhador que, exonerado sem qualquer explicação do cargo de superintendente, hoje encontra-se afastado por síndrome de burnout. Somamos nossa voz aos que pedem celeridade da Procuradoria-Geral da União na apuração da denúncia protocolada junto aos Ministérios da Igualdade Racial, da Justiça e do Trabalho, bem como ao Ministério Público do Trabalho.

À Eletronuclear, destacamos que a existência de um código de ética e conduta, assim como a promoção de um ambiente laboral respeitoso e diverso, só têm valor quando há real compromisso com sua aplicação e vigilância permanente sobre seu cumprimento.

O racismo é crime inafiançável e imprescritível. O Senge RJ estará sempre ao lado de quem o combate e de quem é vítima dessa herança maldita do escravismo, que ainda grassa pela sociedade brasileira — e, infelizmente, se manifesta na diretoria da Eletronuclear.

A Diretoria
Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ)

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