Em matéria publicada no Jornal Valor Econômico, os pesquisadores Jacob Taylor e Joshua Tan defendem uma Inteligência Artificial pública como o novo multilateralismo (cooperação entre diversos países para alcançar objetivos comuns).
Jacob Taylor, membro do Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Brookings Institution, e Joshua Tan, cofundador e diretor de pesquisa da Metagov afirmam que:
1) “No setor de IA, um punhado de empresas privadas em Shenzhen e no vale do Silício está correndo para consolidar seu domínio sobre a infraestrutura e os sistemas operacionais que formarão as bases da economia do futuro.”
2) “Se essas empresas puderem ter sucesso sem controle, praticamente todos os outros terão que escolher entre dependência e irrelevância. Governos e outros que trabalham em prol do interesse público não só ficarão vulneráveis à intimidação geopolítica e ao aprisionamento tecnológico, como também terão poucas opções para capturar e redistribuir os benefícios da IA ou gerenciar externalidades ambientais e sociais negativas da tecnologia.”
3) “A melhor chance das potências médias de acompanhar os Estados Unidos e a China e aumentar sua resiliência está na colaboração.”
4) “Além disso, permitiria que governos e empresas assumissem o controle dos ecossistemas de IA dos quais dependem cada vez mais, em vez de ficarem reféns da incerteza geopolítica e das decisões corporativas.”
5) “Para mostrar todo potencial dessa nova estrutura colaborativa, as potências médias devem visar problemas para os quais já existem ecossistemas e tecnologias de dados maduros.”
6) “O valor da ação compartilhada é evidente aos cidadãos e políticos.”
7) “Em alguns anos, quando o atual ciclo de inovação e capital da IA tiver chegado ao fim, as médias potências poderão lamentar o fim da ordem baseada em regras e assistir aos gigantes da IA solidificarem as linhas de falha geopolíticas (…) ou poderão colher os benefícios de novas estruturas inovadoras de cooperação.”
Esses itens fortalecem a defesa de uma IA pública, na qual a colaboração, o multilaterlismo, a cooperação internacional, os direitos humanos, a dignidade humana, o direito à vida devem ser a base de uso de qualquer tecnologia, incluindo a Inteligência Artificial.
Instituto Telecom, Terça-feira, 4 de novembro de 2025
Marcello Miranda, especialista em Telecom01