Como parte da luta em defesa das empresas públicas, sindicatos dos trabalhadores de saneamento de todo o país realizam, em 15 de agosto (terça-feira), o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saneamento Público, com paralisações das atividades por um período mínimo de duas horas, promovendo atos e panfletagens em frente às sedes das empresas nos estados e postos de atendimento ao público, a fim de esclarecer à população sobre as consequências nefastas da privatização do saneamento.
A convocação está sendo feito pelo CNS – Coletivo Nacional de Saneamento – que é integrado por sindicatos de urbanitários de todo o país, pela FNU e demais federações regionais: FRUNE (Nordeste), FURCEN (Centro-Oeste) e FRUSE (Sudeste).
A luta em defesa do saneamento público se faz mais urgente do que nunca. As mudanças feitas pelo governo Bolsonaro no marco regulatório do saneamento, abriu em uma escala jamais vista, as portas para a privatização das empresas públicas de saneamento. Hoje, governos estaduais e os municípios se articulam para entregar ao capital privado o controle deste patrimônio do povo, indo na contramão do mundo, onde a reestatização dos serviços de saneamento é uma realidade, mesmo nos países centrais do capitalismo.
A Frente Parlamentar Mista em Defesa do Saneamento Público será lançada oficialmente também em 15 de agosto, às 15 horas, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília, em ato que contará com debate sobre a importância das empresas públicas do saneamento e a reestatização da Eletrobras, uma empresa estratégica para a soberania energética nacional, assim como para o controle da questão hídrica, ou seja, dos nossos rios e represas.
A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU) se articularam nos últimos meses no Congresso Nacional, e construíram a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Saneamento, com a adesão de mais de 200 assinaturas de deputados, tendo como coordenador Joseildo Ramos (PT-BA).
Para o presidente da FNU, Pedro Damásio, o lançamento da Frente vai fortalecer ainda mais a luta pelo saneamento público. “Foi um trabalho intenso e de muitos diálogos com parlamentares de diversos partidos. Mas foi gratificante ver que a luta dos sindicalistas se tornou uma realidade, mostrando que com unidade e mobilização é possível se contrapor ao lobby das grandes empresas e fazer o enfretamento”, disse ele.
De acordo com Paulo de Tarso, presidente da CNU, a iniciativa da construção da Frente mostra o quanto os sindicatos ainda têm credibilidade junto ao parlamento. “Estou nessa luta há muito tempo em defesa das causas populares, e sei o quanto é fundamental ter uma frente parlamentar para articular mudanças nas leis e construir uma nova realidade. O saneamento público precisava dessa iniciativa e destas ações. Agora o momento é de trabalhar muito para impedir que as privatizações avancem”, alertou ele.
Ainda, para dar maior visibilidade à pauta do saneamento e pela reestatização da Eletrobras, chamando a atenção do público e dos parlamentares, os trabalhadores urbanitários, lideranças sindicais e movimentos sociais realizarão um ato público no mesmo dia 15 de agosto, às 13h, em frente ao Anexo 2 da Câmara.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (AESBE), 79% dos recursos investidos no setor são feitos pelas empresas públicas, o que demonstra que a atuação dos prestadores públicos é fundamental para se chegar à universalização até 2033.
Já o Ministério da Saúde afirma que para cada real investido em saneamento são economizados R$ 9 em saúde, ou seja, fica evidente que somente o Estado, pela sua natureza que foge a lógica do lucro, é capaz de realizar tantos investimentos com planejamento com visão social.
Fonte: CUT