O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge PR) lançou em pré-venda o livro “A Copel é nossa”, escrito pelo engenheiro eletricista e professor Sérgio Inácio Gomes, diretor do Senge-PR e do Sindiedutec. A cerimônia de lançamento está prevista para 15 de agosto, na Assembleia Legislativa do Paraná.
A obra traz reflexões sobre a empresa de energia paranaense e sobre demais empresas do setor energético, assim como de outros ativos do patrimônio público do Brasil, para questionar até que ponto uma empresa criada pela vontade popular, e pela qual tantos lutaram no passado, pertence atualmente a esse mesmo povo. “Entendo que a luta contra a privatização da Copel tenha sido o fato mais relevante de nossa história, pelo menos sob o ponto de vista acadêmico, moral e político dos movimentos sociais”, acredita o autor.
Segundo o Senge PR, é particularmente relevante apresentar ao grande público a história da Copel neste cenário atual, em que uma agenda política neoliberal age com o objetivo de precarizar e privatizar as empresas brasileiras, na direção da perda da soberania nacional. No Paraná, o governo estadual já privatizou a Copel Telecom e quer se desfazer tanto da Compagas como da Usina Hidrelétrica Foz do Areia. Para impedir essas vendas, novamente é necessário mobilização política e, principalmente, social. É dentro deste cenário que se repete há duas décadas, depois das privatizações da gestão Fernando Henrique Cardoso, que o Senge PR decidiu lançar o livro “A
Copel é nossa”, marcando os 21 anos da luta em defesa da Companhia.
O livro recupera o cenário político, social e econômico da época e como a população e mais de 100 entidades conseguiram evitar a privatização. Aborda, ainda, o projeto de iniciativa popular encaminhado para a Alep sobre o tema. A obra, segundo seu autor, pode se caracterizar como um verdadeiro manual de participação popular, organização social e defesa das estatais. “Luz para iluminar nossos caminhos é o tema deste livro documentário sobre a luta da Copel, que é muito mais do que uma companhia de “Luz”, de um determinado local do Brasil que, num dado momento da história, um governo tentava privatizar em total desrespeito ao povo que a construiu, que é a quem essa empresa deveria pertencer hoje”, aponta Sérgio Ignácio
No primeiro lote da pré-venda, o livro “A Copel é nossa” pode ser adquirido por R$ 60,00, com frete grátis. O pagamento é feito por PIX e após preencher formulário no site do Senge PR.. Entidades e demais interessados que quiserem adquirir acima de cinco unidades, devem entrar em contato com o Senge PR pelo e-mail: [email protected] , até o dia 5 de julho – porque a publicação entra em gráfica no dia 11.
O livro
Em oito capítulos, a obra aborda duas décadas da maior empresa do Paraná e o contexto do período. Conta a história da Copel e como era o serviço de eletricidade no Paraná, quando a empresa foi criada. No capítulo “Os movimentos sociais: nossa trincheira de lutas”, descreve a luta sob a narrativa dos movimentos sociais; o terceiro capítulo foca “O debate de ideias: convencimento ou constrangimento”, com destaque para os argumentos favoráveis e contrários à privatização da Copel e ainda destacando o racionamento de energia de 2001: a surpresa “in”esperada. O capítulo “O inverno de 2001, uma temporada bem quente” traz entre seus episódios calorosos a ação do Senge/PR distribuindo 10 mil velas para iluminar o futuro da companhia.
No quinto capítulo, o processo de privatização é observado sob a ótica da “Geopolítica Mundial”. Essa parte aborda, por exemplo, o “11 de setembro: terrorismo e os impactos econômicos decorrentes”. O sexto capítulo é um dos mais importantes do livro, pois se debruça sobre qual era o valor da Copel e se ela estava subavaliada. O sétimo capítulo segue calculando os resultados das privatizações no Brasil e inclui a recente venda da Copel Telecom, ex-braço de internet da companhia. Por fim, “A Copel é Nossa” aborda o PLIP (Projeto de Iniciativa Popular) que pretende impedir que, a partir de 2001, a empresa não pudesse ser novamente alvo de privatização.
O autor
Sérgio Inácio Gomes é engenheiro eletricista. Foi diretor do Senge-PR, é dirigente do Sindiedutec e professor. Graduado em Engenharia Elétrica pela FEJ/Udesc/SC em 1983, com mestrado e doutorado em Engenharia Química UEM (2007 e 2017 respectivamente), professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Campus Paranavaí; foi professor contratado da Engª Elétrica pela Universidade Estadual de Maringá entre 2014 e 2018, ministrou diversas disciplinas em cursos técnicos, de graduação e pós graduação nas engenharias elétrica e química; foi gerente de operação na área de geração e transmissão na Copel e coordenador de um curso técnico no IFPR entre 2019 e 2020.