Engenheiras e engenheiros votam pela criação do Comitê de Diversidade e Inclusão da Fisenge

Proposta pela delegação do Senge Paraná durante o 13º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros – Consenge, o comitê tem como objetivo a mudança da cultura organizacional na engenharia e o fortalecimento sindical com foco na comunidade LBGTQIAP+

A proposta, aprovada no 13º Consenge, no dia 02/9, em sua plenária final, orienta para a criação de “Comitê de Diversidade e Inclusão na Fisenge, com o intuito de construir um ambiente inclusivo e diverso, mudando a cultura organizacional com a promoção da diversidade de ideias, gênero, orientação sexual, especialmente com a comunidade LGBTQIAP+”.

A inclusão oficial do tema entre os planos dos sindicatos para o avanço em direção a uma engenharia mais diversa e inclusiva também estava no documento final, a Carta do Rio de Janeiro. O documento destaca que entre os aspectos do fascismo que precisam ser combatidos pela classe trabalhadora estão os discurso de ódio que atingem “principalmente, as mulheres, população negra, indígena e LGBTQIAP+”.

O comitê nacional é uma conquista importante. “O Comitê de Diversidade e Inclusão do Senge PR vem mostrar que não somos diferentes dos demais, que merecemos ser respeitados, mas que também queremos ser entendidos como somos, em nossa pluralidade”, destaca Verginio Stangherlin, diretor do Senge PR e coordenador do Comitê de Diversidade e Inclusão do sindicato. Filho de agricultores, vindo de uma cidade do interior do Paraná, o engenheiro fez história encampando a iniciativa na política sindical paranaense.

Verginio foi, também, um dos delegados do Senge PR no Consenge que apresentou a proposta durante o congresso. “Estávamos em um grupo que pensava e debatia um sindicato para crescer, um país para frente e mais inclusivo, que pense a engenharia, a atividade econômica e também a sociedade e suas minorias. É importante que a Fisenge participe das nossas jornadas de lutas, como as que vão acontecer agora em setembro, em Brasília, da formação da Frente da Diversidade. Ela é a federação que representa os sindicatos que estão preocupados com o tema, e isso é uma responsabilidade nossa”, destaca o diretor do comitê.

Educação para a inclusão e para a luta
À medida que a iniciativa colhe frutos dos debates promovidos sobre a diversidade dentro do Senge PR e alcança o nível nacional entre os sindicatos, o trabalho se expande dentro do estado, buscando maior articulação e apoio também dentro do sistema Confea/Crea. No último dia 04/09, Vergínio e Leandro Grassmann, presidente do Senge PR, foram recebidos por Ricardo Rocha, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná – Crea-PR, para formalizar o pedido, via ofício, de instalação do comitê no âmbito do conselho. A ideia é, a partir dele, articular espaços dentro do Confea. A iniciativa já conta com a participação de nove conselheiros da autarquia paranaense que integram a comunidade LGBTQIA+ e foi bem recebida pela presidência.

O caminho, que tem aberto portas para a iniciativa dentro da engenharia, aposta na educação para a construção de um movimento sindical mais forte, pronto para receber todas as pessoas. “A Fisenge e o Confea precisam levar aos sindicatos e aos Creas a importância da visibilidade e espaços de acolhimento para a comunidade LGBTQIA+. Ela precisa ser trazida para os debates, incluída nas pautas. A gente nota que os sindicatos, às vezes, não sabem lidar com o profissional LGBTQIA+, que acaba sem apoio, por exemplo, em momentos de demissão”, destaca Verginio. Já trabalhando na superação desse obstáculo, o comitê promoverá um curso no Crea PR voltado para a convivência com a diversidade.

Para o futuro, Virginio estima grandes avanços para as pautas, tanto em nível estadual como nacional e coloca como ponto fundamental a inclusão de representantes de outras letras da sigla nesta luta. “Avançaremos muito nos próximos meses. Precisamos furar a bolha e aumentar nosso alcance para além dos homens gays. Dialogar também com mulheres lésbicas e pessoas trans e não binárias dentro do movimento da engenharia. Queremos levar as pautas da diversidade para todas as regionais, todas as plenárias. É um movimento político e as falas e os posicionamentos nesses espaços importam muito para nós”, destaca Vergínio que, em junho deste ano, anunciou a criação do Comitê Diversidade durante uma plenária do Crea-PR.

Para acompanhar o trabalho do Comitê de Diversidade e Inclusão do Senge PR, visite o perfil @diversidade_sengepr no Instagram.

 

Texto: Rodrigo Mariano/Senge-RJ
Edição: Camila Marins/Fisenge
Foto: Adriana Medeiros/Fisenge

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