O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) lamenta a morte, na madrugada do dia 31 de agosto, do engenheiro eletricista Marcio da Silva Marques, aos 81 anos, vítima de um infarto, enquanto se tratava de Covid-19.
Segundo o amigo e “fiel escudeiro” Alexandre Pereira do Nascimento, Marcio Marques teve uma atuação profissional brilhante e era presença marcante por sua alegria, brincando com todos, sem distinção.
Márcio se formou pela Escola Nacional de Engenharia, hoje a atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1966, e no ano seguinte já ingressou nas Centrais Elétricas Fluminenses S.A. (CELF), empresa que foi vendida em 1977 para CBEE, chamada depois de CERJ e que, adquirida pela Endesa, tornou-se a atual Enel. O engenheiro se aposentou em 1992.
Nessa jornada, trabalhou em campo, ocupou a chefia do Departamento de Distribuição de Energia, foi gerente para a região do Norte Fluminense e chegou a diretor na Área de Geração e Transmissão.
Entre seus projetos mais importantes, Alexandre cita o seminário realizado em Saquarema (RJ) que reuniu, pela primeira vez, o corpo técnico da Diretoria de Geração e Transmissão, com todos engenheiros e eletrotécnicos, inclusive os da área civil, de forma democrática, para que todos, independentemente da hierarquia, pudessem apresentar propostas e ideias. “Foi uma coisa que nunca tinha acontecido antes, nem se repetiu depois dele”, lembra o amigo. “Uma ação transformadora, para motivar os jovens, impulsionar mudanças. Saíram propostas interessantíssimas, que nunca haviam sido pensadas.”
Marcio Marques foi professor na Escola Técnica Federal de Campos, quando morava em Macaé, transferido depois para o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ), em Niterói. Também inovou no magistério, deixando o quadro e a sala de aula, para levar os alunos para ver na prática o que queria ensinar.
“Era um professor diferente”, explica Alexandre. “Pegava a turma e ia para a rua. Como ensinava a matéria rede de distribuição, mostrava os postes e os fios, e ia descrevendo cada função de cada elemento dos postes. Brincava com os alunos, e era adorado por eles.”
Com uma cardiopatia grave, Marcio recebeu, ao nascer, o prognóstico de que teria pouco tempo de vida. Apesar do marcapasso, das safenas, e dos problemas do coração, construiu uma carreira relevante e uma história pessoal de muitos admiradores.
O professor e engenheiro deixa a mulher, Teresa, e três filhos, um deles ainda internado com covid-19, a quem estendemos nossos desejos de rápida recuperação. O Senge RJ manifesta seu pesar e envia condolências à família e aos amigos, com os quais compartilha a dor pela perda do companheiro Marcio Marques.