O futuro do saneamento básico no Brasil continua em debate após a promulgação do novo marco legal do setor, em julho, com a Lei nº 14.026. Para Clovis Nascimento, engenheiro de carreira da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), o marco representa um retrocesso. Convidado da edição #48 da websérie Brasil Amanhã, produzida pelo Clube de Engenharia, o dirigente afirmou que, apesar dos números preocupantes da falta de saneamento básico no país, o Brasil vinha com um planejamento consistente de obras interrompido pelos governos de Bolsonaro e de Temer.
Com o novo marco, o setor agora poderá ser controlado por empresas privadas, embora experiências nacionais (Manaus) e internacionais (França, Alemanha, Bolívia), entre outras, tenham frustrado as expectativas de expansão dos serviços. Na verdade, privatizações na área de saneamento estão sendo revertidas em muitos países da Europa.
Clovis Nascimento é engenheiro civil e sanitarista, pós-graduado em Políticas Públicas e Governo. É presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) e integrante da coordenação do SOS Brasil Soberano, movimento patrocinado pelo Senge RJ. Exerceu o cargo de subsecretário de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos do Rio de Janeiro e foi diretor nacional de Água e Esgotos da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. Presidiu a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), e foi o vice-presidente da 4ª Região da Asociación Interamericana de Ingenieria Sanitária y Ambiental (Aidis , região que compreende Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil.
Confira a entrevista completa no YouTube do Clube de Engenharia: