O governo deve encaminhar ao Congresso um projeto de lei que tem o objetivo de facilitar a entrada de engenheiros no Brasil.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros (Senge Rio), Olímpio Alves dos Santos, considera a medida irresponsável. Tendo em vista que foram reduzidos 43 mil postos de trabalho na engenharia, na soma de 2015, 2016 e acumulado de 2017 até agosto, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Postos de Trabalho da Engenharia no Brasil
Saldo
Os dados referem-se a vínculos celetistas.
2017 até agosto.
Fonte: Caged/MTb
“Não tem sentido contratar engenheiros do exterior, frente ao número de profissionais capacitados disponíveis para o trabalho”, garante.
A redução dos postos de trabalho, de baixa e alta qualificação, é reflexo da grave crise econômica que deu seus primeiros sinais em 2014.
Agravada, a partir de 2015, com a condução equivocada da Operação Lava Jato.
Para o presidente do Senge Rio foi um erro paralisar obras e destruir as empresas de engenharia.
Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) há cerca de 8.239 obras paralisadas em todo o país. O que representa um total de R$ 32 bilhões em investimentos.
“Quem comete crime é CPF e não CNPJ. Se os donos das empresas cometeram atos ilícitos devem ser punidos e as empresas, reestruturadas e os empregos mantidos”, conclui o sindicalista.
Entretanto, está ocorrendo o oposto: os donos e dirigentes das empresas estão sendo salvos, com acordos escandalosos em delações premiadas. As empresas e empregos destruídos.
O cenário fica ainda mais grave com a venda de patrimônio público, como é o caso da Eletrobras, por exemplo. A estatal possui um grande número de postos de trabalho na área de engenharia.
O técnico do Dieese Paulo Jager acredita que a facilitação de registros profissionais está, possivelmente, relacionada com a entrada das empresas estrangeiras.
Essas companhias estão adquirindo patrimônio público, privatizado pelo governo Temer.
“A geração de emprego é um problema em qualquer país. Interessa a essa empresas trazer seus técnicos. Ao menos para os níveis de gestão e direção, como uma forma de controle e, também, de dar vazão aos seus ‘exércitos’ de engenheiros”, afirma Jager.