Fonte: Brasil de Fato
Milhares de trabalhadores realizarão uma paralisação histórica, nessa quarta-feira (15), no Rio de Janeiro contra a reforma da Previdência, proposta pelo governo de Michel Temer. Importantes sindicatos, como o dos trabalhadores da educação municipal (SINPRO Rio), da rede estadual (Sepe-RJ), de escolas particulares e da UFRJ (SINTUFRJP), assim como os Bancários, Rodoviários, dois sindicatos da saúde, radialistas, da Casa da Moeda, Correios, entre outros, vão paralisar os trabalhos por 24h. O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, um dos maiores do país, vai parar a Refinaria Duque de Caxias por 2h e fará panfletagem em Macaé (RJ). Todas essas categorias também vão participar do ato unificado contra a reforma da Previdência, marcado para as 16h, na Candelária, no centro do Rio de Janeiro. Organizações sociais realizam atos contra a reforma da previdência em todo o país nesta data.
“Nessa quarta-feira vamos ver uma quantidade enorme de trabalhadores paralisados, especialmente na educação. As pessoas perceberam que esse é o momento da luta contra essa reforma da Previdência, entenderam que ou eles lutam agora ou vão morrer trabalhando”, afirma o presidente da Central Única de Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-RJ), Marcelo Rodrigues.
Em assembleia lotada, os motoristas e cobradores de ônibus do Rio decidiram pela paralisação de 24 horas das atividades na capital a partir da meia noite desta quinta-feira (15). “Os trabalhadores decidiram pela adesão à paralisação nacional contra as reformas trabalhista e da previdência. A aprovação da reforma da previdência significa a extinção da aposentadoria por tempo de serviço para os rodoviários. Na nossa categoria não há trabalhadores com mais de 65 anos na ativa, muitos se aposentam por invalidez, em função de doenças oriundas do exercício da profissão, como problemas graves na coluna”, explica o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus, Sebastião José da Silva. Segundo ele, a categoria também vai paralisar atividades em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
A coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), Dorotéa Santana, confirma a forte adesão dos trabalhadores da educação. “A adesão dos professores está grande. Na região onde monitoro, em Jacarepaguá, Barra e Recreio, é de 80% a 100% de docentes que devem parar por escolas das redes municipal e estadual. Nas outras regiões a informação que temos é que adesão também é alta”, garante a coordenadora do Sepe.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RJ), Ronaldo Leite, também explica que outros importantes setores da economia prometem realizar mobilizações e paralisações. “O sindicato dos Comerciários vai realizar uma mobilização no centro Rio, uma espécie de ‘arrastão’ de trabalhadores e se juntará a nós no grande ato. Assim como os funcionários do saneamento básico, que vão paralisar alguns setores”, destaca Ronaldo Leite.
Para Leite, somente uma grande mobilização popular será capaz de barrar a reforma trabalhista e a da Previdência. “A proposta da reforma da Previdência feita pelo governo de Michel Temer é um verdadeiro massacre aos trabalhadores. Como esse governo golpista tem mais de 400 votos na Câmara de Deputados para passar qualquer coisa, nossa única alternativa é mobilizar o povo para não permitir essa retirada de direitos”, ressalta o presidente da CTB-RJ.
O trajeto do ato dessa vez será em direção à Central do Brasil, no sentido oposto de protestos anteriores. “A Central do Brasil é um lugar de grande concentração de trabalhadores, que usam o transporte público. Essa é uma forma de dialogar com os trabalhadores e trabalhadoras, que serão afetados diretamente por essa reforma”, explica Marcelo Rodrigues, da CUT.
O integrante da Frente Brasil Popular, Rodrigo Marcelino, também destacou o caráter anti-povo da reforma da Previdência de Temer. “O governo golpista de Michel Temer tem 4 objetivos centrais: manter os privilégios políticos das elites, ‘estancar a sangria’ da operação Lava Jato, entregar as riquezas brasileiras, como o petróleo do pré-sal aos países ricos e retirar direitos dos trabalhadores, para aumentar os lucros dos grandes capitalistas”, afirma Marcelino, militante da Consulta Popular.
A Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, seis centrais sindicais, partidos políticos de esquerda e movimentos populares também participam do ato no centro Rio.