O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio (SENGE-RJ) diante da crise do estado e da ameaça de privatização da CEDAE, acredita que o processo de entrega da empresa pública vai necessariamente encarecer a água e penalizar a população mais pobre. “Tudo que não for hoje de encontro a proposta de privatização da água é um paliativo da situação. Não podemos desmobilizar a luta contra a privatização da CEDAE porque só ela vai garantir que o serviço continue público”, declarou Luiz Antônio Cosenza, diretor do sindicato. Para o engenheiro, a mobilização contrária a privatização tem mostrado forte apoio dos próprios trabalhadores da empresa: “É preciso escutar a base dos trabalhadores, técnicos e engenheiros da CEDAE e eles estão nas ruas lutando contra a privatização”, concluiu Cosenza.
A privatização da CEDAE é um dos principais pontos de negociação do Governo do Estado pelo perdão da dívida com a União durante 36 meses. A barganha foi assinada no dia 26 de janeiro entre o governo do estado e o governo federal, por meio do ministro da fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles. Entre as metas pelo perdão da dívida, foi incluso também um aumento drástico da contribuição previdenciária que aumenta de 11% para 14% e, durante três anos, possui uma alíquota extra de 8%. Ou seja, até pelo menos 2020, a contribuição previdenciária dobrará para 22%.
A proposta de privatização da CEDAE contraria a atual situação da empresa. Segundo a Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE (ASEAC), a empresa é a única empresa pública lucrativa no Estado do Rio tendo R$375 milhões reinvestidos em saneamento no ano passado e ainda um dividendo de R$85 milhões também em 2016.