Foto: Agência Brasil
O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (SENGE-RJ) lamenta profundamente o falecimento de Marisa Letícia, 66 anos, mulher do ex-presidente Lula. Dona Marisa foi internada no dia 24 de janeiro, após sofrer um AVC. Um exame realizado na manhã desta quinta-feira (02) identificou morte cerebral. A família autorizou a doação de órgãos.
O SENGE-RJ se solidariza com o ex-presidente Lula, amigos e familiares e deixa sua homenagem à nossa companheira, que ficará sempre em nossa memória. Marisa começou na vida política militando no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde Lula foi eleito presidente em 1975, um ano após se casaram. Ela foi responsável por costurar e cortar a primeira bandeira do PT, feita à mão em sua casa. Em 1980, quando Lula e diversos sindicalistas estavam presos nas grandes greves do período, ela liderou uma passeata de mulheres em protesto contra a criminalização dos sindicalistas. Mesmo com Lula preso na época, as reuniões eram realizadas ilegalmente em sua casa.
Em parte a morte de dona Marisa é consequência da perseguição que a famíla vinha sofrendo sistematicamente. Perseguiram, caluniaram e acusaram sem provas. Foram ataques constantes do Estado e da mídia burguesa com o intuito de perseguir Lula, chegando até na divulgação de áudios pessoais, uma conversa de Marisa com um de seus filhos, que nada tinha de suspeita. Tamanha pressão psicológica debilita o sistema imunológico e também o psicológico de uma pessoa.
No meio do turbilhão político em que se encontra o Brasil, há pessoas comemorando a dor e o sofrimento de Lula e sua família, chegando a ir ao hospital com cartazes puramente para ofendê-los em um momento tão delicado. Nós não estamos desse lado. Não acreditamos no ódio como motor de nossas ações. O ódio não vai vencer a solidariedade dos trabalhadores.
Leia abaixo a nota escrita por Jorge Folena
NOTA DE RESPEITO À DONA MARISA LETÍCIA DA SILVA E SUA FAMÍLIA
A Constituição brasileira, em seu artigo 5.º, III, assegura que “ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante”.
O assédio moral movido pelos agentes do aparelho repressivo estatal (Polícia, Ministério Público e Poder Judiciário), associados aos veículos de comunicação social tradicional, nos últimos dois anos, contra Dona Marisa Letícia Lula da Silva, seu esposo e demais membros de sua família foi de um descomunal desrespeito, não sendo exagero caracterizá-lo como tortura psicológica, e tratamento desumano e degradante, em violação direta à nossa Constituição.
Questões de natureza política e ideológica não podem ser levadas ao extremo do ódio, jogando brasileiros contra brasileiros, uma vez que o pacto político brasileiro foi estruturado com base nos “valores supremos de uma sociedade fraterna, plural e sem preconceitos”, como anunciado no preâmbulo da Constituição.
A morte de Dona Marisa impõe que a sociedade brasileira, em todo o seu conjunto, estabeleça imediatamente um limite aos abusos praticados por autoridades, em total desrespeito aos preceitos constitucionais e às normas universais que asseguram o direito natural à dignidade humana, que não está sendo observada no país, em decorrência de uma luta política fratricida e que põe em risco a unidade nacional.
Manifestamos nossa integral solidariedade à família Lula da Silva, neste momento de perda e dor, e nos reunimos a ela em sua luta por um Brasil mais justo e solidário para todos.
Por fim, conclamamos o apoio da sociedade, especialmente de sua parcela mais sofrida, pois se faz urgente a retomada do desenvolvimento do país e da exploração das riquezas de nossa terra, para que venham trazer prosperidade para todos os brasileiros.