Entrevista: pontos críticos da vistoria elétrica

Engenheiro Daniel Lopes afirma que a Lei veio mudar o paradigma de que só atuamos quando algo ruim acontece

Professor do curso de Autovistoria no SENGE-RJ, o engenheiro Daniel Lopes afirma que a Lei de Austovistoria veio mudar o paradigma de que só atuamos quando algo ruim acontece. Para ele, esse é o principal ponto positivo da lei: poder atuar de forma preventiva. Ele, no entanto, defende ainda que ela precisa ser atualizada e revisada, como toda lei. Leia abaixo a nossa conversa com Daniel, que avalia especialmente a parte de engenharia elétrica.

SENGE-RJ: Como o senhor avalia a lei de Autovistoria na parte referente a engenharia elétrica? Cite, por favor, pontos positivos e negativos.

Esta lei veio para mudar paradigma de que só atuamos quando algo ruim acontece, acho de suma importância o cumprimento desta lei por todos.

Como ponto positivo vejo: A possibilidade de atuação de forma preventiva, antes que o acidente ocorra; A troca de conhecimento entre a equipe que esta realizando o vistoria e o responsável do empreendimento (troca de conhecimentos para amba as áreas); A conscientização da sociedade que sempre a prevenção é o melhor caminho em corrigir erros ou evitar acidentes.

Já como pontos negativos vejo: Que como toda lei, esta merece ser atualizada e revisada, ela não deixa clara as punições para vistorias feitas por profissionais únicos (ex. um único Eng faz todo serviço ao invés de ser equipe multidisciplinar); Que não existe um padrão dos outros municípios para a entrega dos relatórios.

SENGE-RJ: Quais os principais pontos que um profissional deve observar na vistoria da parte elétrica? O que o senhor considera mais crítico/difícil?

Os principais pontos são os de relevância a segurança de todos que circulam na área onde existe a instalação, EX: Jardins, locais com instalações provisórias, garagens. Em se tratando de instalações elétricas, quase toda ela é muito difícil de ser vistoriada pois quase sempre é uma instalação embutida, logo só verificamos as extremidades, logo aconselho a existência de alta criticidade em todas as vistorias, sendo sempre levado em consideração informações como queda de energia em momentos de pico de utilização, sinais de queimados em tomadas, reclamações de cheiro de queimado próximo a alguns aparelhos (principalmente ar condicionado, micro ondas, chuveiros elétricos, etc).

SENGE-RJ: Que medidas devem ser tomadas para evitar problemas e, consequentemente, acidentes?

Usar sempre os EPIs nas vistorias, pelo menos óculos, luvas e sapato de segurança. Ser criterioso nas vistorias procurando no detalhe qualquer possibilidade de risco as pessoas que transitam na área aonde existe a instalação e sempre que achar necessário bloquear o acesso ou até mesmo desligar o circuito vistoriado que está com irregularidade.

SENGE-RJ: Como deve ser a relação entre os engenheiros das diversas áreas para realizar Autovistoria?

Amistosa e a comunicação deve ser clara e objetiva entre eles (profissionais) e principalmente deve sempre existir a imparcialidade nas indicações, o que esta ruim ou perigoso deve sempre ser informado independente da área.

SENGE-RJ: Como inspeções elétricas exigem equipamentos específicos, todo engenheiro eletricista pode realizar esse procedimento?

Costumo dizer nas aulas no SENGE que todo engenheiro eletricista com o referido CREA em dia esta pronto para realizar a vistoria, como já disse estas instalações são embutidas, logo, é muito bom que este profissional possua aparelho de termografia ou termômetro digital, estes aparelhos facilitam o trabalho do profissional. Caso queiram utilizar outras ferramentas podem (não vejo muita necessidade), o ideal é sempre deixar claro no contrato de prestação do serviço de autovistoria todas as ferramentas utilizadas e como será realizado.

Saiba mais sobre Autovistoria. Acesse o blog do curso.

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