Delegações de doze estados brasileiros participaram da solenidade de abertura do 10º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (Consenge), realizada em Búzios (RJ) nessa quarta-feira (27). É a maior edição da história da Federação. Na ocasião, foi lançado o livro “Fisenge 20 anos: duas décadas de lutas e esperanças” e feitahomenagem ao engenheiro e político brasileiro assassinado pelo regime militar, Rubens Paiva.
O 10º Consegue é organizado pela Fisenge e pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro, que sedia o evento. O presidente do Senge-RJ, deu boas-vindas aos cerca de 400 presentes e chamou atenção para a importância do resgate de memória da luta dos engenheiros. “Nenhum país pode ir adianta se não tiver conhecimento de seu passado. Não se pode planejar o futuro se não se conhece a si mesmo”, ressaltou.
Já o presidente da Federação Interestadual de Sindicato de Engenheiros (Fisenge), Carlos Roberto Bitencourt, afirmou a socialização da política. Discorreu pela necessidade de inclusão de gêneros e da importância da reforma política. “É preciso dar voz à diversidade e estabelecer consensos nas bases de uma democracia participativa. A reforma do sistema político vai além das bancadas do parlamento. As verdadeiras transformações virão com a democratização dos meios de comunicação, a taxação das grandes fortunas, o cumprimento da função social da terra e da propriedade e, principalmente, com soberania popular”, disse.
Luiz Dulci:
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, fez a palestra magma abordando justamente o tema central do Congresso: “Um projeto de nação para o Brasil”. O professor e sindicalista fez uma analise de conjuntura e da postura do Estado Brasileiro frente à internacionalização das nações, bem falou do papel da engenharia no desenvolvimento brasileiro. “A engenharia é fundamental para planejarmos o futuro”, defendeu. Dulci defende que a luta não se restringe a interesses, como também a disputa de valores. “A questão é o sentido das escolhas que os partidos e sindicatos fazem. Se isso interessa para todos, ou apenas para uma parte”, apontou.
Dulci também destacou que a temática escolhida pelo 10º Consenge debate as questões dos engenheiros em diálogo com os pontos cruciais da economia, política e sociedade brasileiros. “Trata-se de uma proposta que combina a defesa dos setores setoriais com os gerais. E inserir no processo da sociedade os interesses dos engenheiros é sinal de consciência política elevada”, finaliza.
O Consenge:
O 10º Consenge segue até sábado, 30 de agosto na discussão de politicas publicas em ano eleitoral. Um dos intuitos é justamente elaborar uma proposta que será encaminhada aos candidatos a presidente do Brasil. Formação sindical e politicas de gênero também serão temáticas abordadas dentro dos subtemas “O papel do Estado brasileiro no desenvolvimento nacional” e “O papel do movimento sindical frente às modificações do mundo do trabalho”. O objetivo é debater e traçar metas de atuação em defesa da engenharia nacional, bem como de uma nova matriz de desenvolvimento econômico para o Brasil, pautada pela distribuição de renda e justiça social.
Realizado de três em três anos, o Consenge orienta o papel da Federação Interestadual de Sindicato de Engenheiros (Fisenge) nos temas sociais de interesse nacional. Esse ano mais de 400 participantes foram inscritos. Eles representam mais de 30 mil profissionais de sindicatos de todo o país. O Consegue é organizado pela Fisenge e pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), que sedia o evento.