ABI convoca ato para lembrar 50 anos do assassinato de Vladimir Herzog e exigir justiça

Evento no Rio de Janeiro homenageia jornalista e todas as vítimas da ditadura, reforçando a luta por Verdade, Memória e Justiça

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) convoca a sociedade, jornalistas, estudantes e defensores dos direitos humanos para um grande ato em memória de Vladimir Herzog, o jornalista brutalmente assassinado há 50 anos pela ditadura militar brasileira. O evento, que também lembrará todas as vítimas da repressão, ocorrerá no dia 24 de outubro, uma sexta-feira, às 17h, na sede da ABI, localizada na Rua Araújo Porto Alegre 71, no Centro do Rio de Janeiro.

A iniciativa se insere no “Ano Vladimir Herzog”, instituído pela própria ABI, e conta com o apoio de importantes entidades como o Instituto Vladimir Herzog, o Grupo Tortura Nunca Mais, o Clube de Engenharia e o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro.
Vladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura, foi uma das mais emblemáticas vítimas da perseguição do regime militar. Ele foi torturado e morto em 25 de outubro de 1975, nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo. A ditadura tentou acobertar o crime com a falsa versão de suicídio, uma mentira que foi desmantelada pela coragem da família, da sociedade civil e, posteriormente, por investigações históricas.
A necessidade de preservar a memória e buscar a responsabilização é reforçada pelas conclusões da Comissão Nacional da Verdade (CNV). O relatório final da CNV, divulgado em 2014, foi categórico ao afirmar que Herzog morreu em decorrência de ação perpetrada por agentes do Estado brasileiro, em um contexto de sistemáticas violações de direitos humanos. A CNV não apenas desmentiu a farsa do suicídio, mas também listou 377 agentes públicos envolvidos em graves violações, recomendando a responsabilização jurídica – civil, criminal e administrativa – dos apontados. O relatório salientou que crimes como tortura, execuções e desaparecimentos forçados, praticados em larga escala e de forma sistemática, constituem crimes contra a humanidade, sendo imprescritíveis e inafiançáveis.

O ato do dia 24 de outubro é um chamado urgente para que o Brasil não retroceda em seu dever de investigar, processar e julgar todos os crimes da ditadura, garantindo a Verdade, a Memória e a Justiça. A homenagem busca reafirmar o compromisso com os valores que Herzog defendeu com a própria vida: a liberdade de imprensa e a democracia plena.

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