(Foto: Assessoria da Deputada Federal Érika Kokay)
“Água e energia não são mercadorias e o país deve tratá-las como bens sociais, pois são direito e patrimônio do povo brasileiro”, afirmou o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) João Antônio de Moraes, no lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico, que ocorreu nesta manhã (30), no salão nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília.
A frente é considerada uma ação da Plataforma Operária e Camponesa de Energia, em defesa da soberania energética e contra a privatização das distribuidoras que integram o Sistema Eletrobras. É apoiada pelo Sindicato dos Urbanitários (Stiu-DF), diversas entidades cutistas e por movimentos sociais, bem como deputados federais e senadores comprometidos com o campo progressista.
Com o objetivo de fazer resistência às ameaças de privatização do setor, a frente também defenderá a ampliação do projeto Luz para Todos, que leva energia elétrica a áreas rurais do país, e discutirá um novo modelo para o setor elétrico.
A mobilização em torno da frente também recebe apoio da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Sinergia CUT, Federação dos Trabalhadores na Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP), Intercel, Intersul, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Camponês Popular (MCP), Via Campesina Brasil, dentre outros.
A iniciativa de privatizar o setor elétrico causa prejuízos não só para os trabalhadores, mas a toda a população, segundo os movimentos que apoiam a iniciativa. Várias empresas estão na mira da privatização e a frente pretende dar ênfase à situação da Companhia Energética de Goiás (Celg), cuja venda à iniciativa privada foi aprovada pela Eletrobras, devendo ir em breve a leilão.
Desde 2013, a Eletrobras cogita vender o controle acionário de suas distribuidoras como medida para reduzir custos e reorganizar seu caixa. Além da distribuidora de energia do Goiás, a venda de ações atingirá também as centrais elétricas dos estados de Piauí, Amazonas, Alagoas, Acre, Roraima e Rondônia, que atualmente são propriedades dos governos federal e estaduais.
Para o dirigente do Stiu-DF Vitor Frota, a desestatização do sistema elétrico acarreta demissões, precarização do trabalho por meio de subcontratações de serviços indiscriminadas, aumento de preços tarifários, além da perda da qualidade do serviço oferecido. “Está comprovado que a privatização gera prejuízos, por isso, qualquer iniciativa que ameace os trabalhadores o Stiu-DF é contra. Estamos otimistas com o lançamento da Frente Parlamentar e articularemos junto ao governo para barrar o quanto antes os avanços da privatização do setor elétrico”, disse.