Uma extensa negociação, com nove horas de duração, não foi suficiente para que a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) chegasse a um acordo com os sindicatos que representam seus funcionários e funcionárias.
O impasse é o mesmo que vem travando as negociações desde a aprovação da pauta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2025, em março deste ano: a empresa se recusa a assegurar os empregos dos funcionários.
A diretoria da Cedae insiste nas demissões, mesmo confrontada com a preocupação sobre os impactos da perda da memória técnica e da passagem de conhecimento. Não cede, também, apesar dos resultados óbvios que a redução brusca no quadro de funcionários irá causar na qualidade do serviço essencial de distribuição de captação, tratamento e distribuição de água no Rio de Janeiro.
Sem retroceder na demanda, Senge RJ, Sintsama RJ, Sindágua RJ, Staecnon RJ e Sinaerj, recusaram, em agosto, a proposta da empresa que previa a demissão, entre 2023 e 2025, de 87,5% dos funcionários. Conforme a proposta da Cedae, dos 3.200 trabalhadores do quadro, 1.600 seriam imediatamente dispensados. Outros 800 seriam demitidos em 2024 e 400 no ano posterior.
“Tamanho absurdo sequer deveria ter sido apresentado. Não sobraria mais ninguém para que eles acabassem de vender a Cedae”, destaca o boletim unificado de agosto deste ano.
Após inúmeras propostas passarem pela mesa nos últimos meses, os sindicatos pretendem seguir avançando em outras demandas. Na próxima semana será solicitada uma reunião urgente para tratar da Participação nos Resultados.
Em paralelo, mantendo a confiança no poder da negociação, segue a busca por uma solução para a assinatura do ACT.
No entanto, para os próximos passos, os sindicatos consideram a judicialização: “Deixamos claro que, caso o impasse permaneça, os sindicatos entrarão com o dissídio para garantir em juízo os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.”
Texto: Senge RJ
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil