Quantas das nossas famílias precisam sofrer? Quantas vidas são necessárias para se anunciar lucros, dividendos e mega salários? Que novo caos precisa ser normalizado agora?
Os trabalhadores do grupo Eletrobras vivem os piores dias de suas trajetórias. Atitudes placebo como a campanha no dia das crianças onde colocaram os trabalhadores, pais e mães de família, para trazer os seus filhos nos ambientes onde estes trabalhadores adoecem, se acidentam e até morrem, é absurda! Ultrajante!
Não existe “Família Eletrobras”. Para vocês nós não somos nem grupo, nem time, nem gente. Nos veem como mão de obra, como custo a ser barateado. ESG? Sustentabilidade? Humanidade? Na Eletrobras só da boca para fora, só da porta para fora. Sábios aqueles que não se medem pelas palavras, por narrativas, mas sim por atitudes ou pela falta delas.
Pois falta atitude à alta cúpula da Eletrobras. Atitude para mandar para rua um Diretor de Segurança e Saúde que comanda uma tragédia nas nossas empresas. Desde 1963, quando a Eletrobras foi fundada, nunca estivemos tão inseguros, vulneráveis, sem saúde. Por outro lado, pessoas da chamada área de Compliance estão entrando em contato com trabalhadores, via Teams, os ameaçando de Demissão por justa causa, por motivo banal. Estamos de olho! Não admitiremos injustiças.
Acordamos hoje com a triste notícia do falecimento de um trabalhador da CHESF por acidente de trabalho. Acidente fatal! Não podemos normalizar a morte. Quando um ser humano sai de casa para trabalhar, um chefe de família, a expectativa é de voltar para casa. O trabalho é uma parte da nossa vida. Que Deus o receba na sua bondade e que conforte a família. É consternador!
Paulo Roberto Jr é hoje diretor das áreas de segurança no trabalho e saúde ocupacional da Eletrobras. É legado da trágica “gestão de gente” do ex-VP, José Renato Domingues. Foi trazido por José Renato junto com uma turma da Telefónica Oi. Nunca pisou no setor elétrico. E aqui só fala em cortar gastos, anunciar perfumarias, terceirizar grandes contratos, et;
Mesmo com um contrato milionário com a Bureau Veritas, não temos estrutura de técnicos em campo. São dezenas de denúncias de fragilidade na operação, no coração da empresa. Falta de EPI, equipamentos vencidos, equipes sem treinamento adequado. Fora que insistem em estrangular o quantitativo das nossas equipes de campo por critérios bizarros de inaptidão laboral sem qualquer respaldo legal. Aliás, curiosamente alegam inaptidão de risco elétrico (NR 10), mas não reconhecem o risco elétrico no Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). Parece a casa da Mãe Joana, mas é a Eletrobras: líder do setor na América Latina.
O resultado disso tudo? Acidentes sequenciais na Chesf, na Eletronorte, na CGTEletrosul. Quantos acidentes serão necessários para a direção da Eletrobras reagir? Quantos companheiros teremos que perder? Quando vamos mudar a estrutura de segurança e saúde da empresa e enxergar essa área vital como pilar do negócio e não como custo e perfumaria?
Que diabos de empresa é essa que se orgulha da sua liderança no setor e afrouxa a saúde e segurança da sua força de trabalho?
Se sangramos com insegurança na vital área de Segurança no Trabalho, na saúde ocupacional, infelizmente as notícias não são melhores. Continuamos com a praga da terceirização dos exames ocupacionais para a tal BRMED. Custo excessivo e baixíssima qualidade. Tentaram dourar a pílula colocando os exames dentro das empresas, mas ainda atuam sem alvará, como já denunciamos.
Recebemos graves denúncias! Estamos passando também por uma excrecência abjeta chamada “Readaptação Laboral Temporária”. A empresa convoca informalmente o trabalhador em licença médica para atuar em teletrabalho. Além de ser um absurdo na essência, ainda pode maquiar os números de absenteísmo.
Nós vamos aprofundar a investigação. Não vamos normalizar o absurdo. Nossa gente vive o pior auge da saúde mental. Vocês não vão nos aniquilar. Apelamos mais uma vez para que a alta gestão da Eletrobras pare de contar moedas.
Que os banqueiros da gestão que nada entendem de energia elétrica e de gente naturalizem todos esses absurdos, apesar de inaceitável é compreensível. Mas gente como o VP de Operação Antônio Varejão que fez carreira, que conhece do setor e da ponta ser condescendente com a gestão de Paulo Roberto Jr é revoltante.
Precisamos de saúde e segurança para trabalhar. A Gestão de Saúde e Segurança da Eletrobras respira por aparelhos, mas nós vamos resistir! Tem muita luta ainda!
SINTERGIA-RJ – SINDEFURNAS – STIEESP – SINERGIA/CAMPINAS – STIU-DF – STIEENNF – STIEPAR –
SINEFI-PR – SINERGIA-ES – SINDEL – SINDUR – SENGE-RJ – SINAERJ – SINDECON – ASEF – AEEL
Fonte: Boletim Interfurnas/Base Rio (12/12)