Fonte: Pulsar
Os sete últimos manifestantes que ocupavam a Câmara do Vereadores do Rio de Janeiro deixaram o edifício na tarde desta quarta-feira (21). Do lado de fora, foram recebidos com aplausos e gritos de apoio. Eles explicaram que resolveram sair para evitar que a polícia militar fosse ativada, promovesse violência e depredasse o patrimônio público.
Amordaçados com fitas pretas, carregavam cartazes onde se podia ler “o bom filho a Casa torna”. Nas escadarias do edifício, um deles foi escolhido para ler uma resposta ao desembargador Fernando Fernandy Fernandes, que concedeu a reiteração de posse do Palácio na noite de ontem.
O texto foi replicado pelos presentes numa dinâmica chamada de “microfone humano”. Os manifestantes declaram estar decepcionados com a “incoerência do discurso” na decisão judicial. Na opinião deles, “nunca houve tanta movimentação política” na Câmara. Explicaram que a ocupação foi “uma tentativa de atuar como símbolo de uma reintegração de posse que precisa ser realmente feita: a reiteração da Casa ao povo”.
Os protestos começaram há 12 dias quando Chiquinho Brazão e Professor Uóston, ambos do PMDB, foram eleitos presidente e relator da CPI dos Ônibus. No entanto, eles e os outros quatro vereadores do grupo não tinham assinado o requerimento para o início da investigação. Enquanto isso, o próprio proponente da CPI, Eliomar Coelho (Psol), foi excluído da Comissão. Presente no momento da desocupação, Eliomar classificou os trabalhos da Comissão como “atropelados”, e ressaltou que os atuais membros são deslegitimados pela população.
Apesar da desocupação, os manifestantes afirmaram que as mobilizações vão continuar. Além de defenderem um transporte público e de qualidade, criticaram a atuação da polícia militar carioca. Os ocupantes da Câmara do Rio de Janeiro se apresentaram como Amarildos, lembrando o desaparecimento do ajudante de pedreiro após ser levado por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).