Ocorreu no último dia 22, reunião entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários e a Eletrobras para negociar o banco de horas unificado do Sistema Eletrobras. A empresa deixou claro que sua premissa principal é a unificação do banco de horas. O CNE não se furta a debater a unificação, e entende que é um passo coerente, mas não se pode falar em unificação jogando fora ações judiciais que definiram regras claras em algumas empresas. Não se pode pensar em unificar desconsiderando as regionalidades e especificidades dos diversos locais, o que pode funcionar em uma base, pode ter um dificultador regional em outro. Não podemos esquecer que existe um fuso horário que atinge às bases da Eletrobras e que equipes sistêmicas são afetadas por este.
Mas, mais do que isso, não se pode pensar em um banco de horas unificado sem termos clareza de quais são as regras que antecedem o jogo. O banco de horas é uma consequência de uma política de controle de frequência na empresa. Ambos têm que ter bases sólidas para sua construção, não de areia que se move de acordo com a direção do vento e vontades. Como num passe de mágica, as instruções normativas que regem as regras de frequência nas empresas, como também outras IN’s de recursos humanos, simplesmente desapareceram do sistema. Diante dessa realidade, o CNE solicitou formalmente da empresa que enviasse estas IN’s ao Coletivo, bem como as disponibilizasse novamente à categoria.
Devemos lembrar que durante a negociação do último ACT, diversas vezes o negociador contratado pela empresa, e os próprios Vice Presidentes que estiveram na mesa de negociação, propunham retirar cláusulas do ACT porque estariam previstas em instrução normativa interna. Por isso, não queremos crer que a empresa tenha revogado unilateralmente estes normativos, já que os usou como argumento para evitar redundâncias com o ACT. Se a Empresa tomou essa atitude de forma deliberada, mais do que descumprir o acordo vigente, ela demonstra por A+B que não há relação de confiança em um ambiente que pressupõe palavra, confiança e respeito como premissas básicas de um ambiente negocial.
O CNE aguarda o envio das IN’s para prosseguir na discussão e confecção de uma proposta que atenda a categoria e a empresa, como pressupõe um acordo. Não podemos seguir trabalhando sobre uma base de areia. Agradecemos a todas as pessoas que tem ajudado com ideias, com sugestões e explicações de como efetivamente um banco de horas pode modificar o ambiente de trabalho e piorar, o já tão delicado, clima organizacional interno.
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Fonte: Boletim do CNE – Banco de Horas | Foto: Agência Brsil