Será realizada nesta quinta-feira (14), uma reunião entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a direção da Eletrobrás. O objetivo do encontro é discutir a última proposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
O diretor do SENGE-RJ Gunter Angelkorte afirma que a proposta é ruim, mas que é preciso avaliar que a Eletrobrás demonstrou abertura para negociação. “Eles afastaram o Aniz (diretor administrativo) da mesa e agora vamos negociar diretamente com a presidência da Eletrobras. Podemos ver se na quinta-feira avançaremos mais na negociação”, disse Gunter.
Em assembleias realizadas no começo na segunda e na terça, Cepel, Eletrobrás e Eletronuclear aprovaram o encaminhamento do CNE de aguardar a reunião do dia 14. Na Eletrobrás, foi decidido que, caso não haja avanço, será feita uma paralisação a partir de segunda-feira (18). Enquanto isso, Furnas decidiu fazer uma paralisação de 72 horas entre os dias 12, 13 e 14.
Entenda a negociação
A última assembleia entre os trabalhadores foi realizada no dia 06 e começou com um enterro simbólico do diretor Alexandre Aniz. A assembleia foi a primeira após a prisão de cinco dirigentes sindicais, que aconteceu na terça-feira (05), durante um ato. Os presentes repudiaram a atitude de Aniz, diretor de administração, de chamar a polícia para intimidar os trabalhadores que exercitavam seu direito de greve.
“A prisão de sindicalistas não é um ato isolado. Voltamos a falar da privatização das empresas públicas, como na época do FHC. A orientação é criminalizar movimentos sociais, entre eles os movimentos de trabalhadores”, criticou Agamenon Oliveira, diretor do SENGE-RJ.
Cinco dirigentes sindicais foram presos na tarde do dia 05 de julho, em frente à Eletrobrás. Entre eles, estava o diretor do SENGE-RJ, Eduardo Ramos Duarte, que é engenheiro na empresa. Os trabalhadores participavam de um ato contra as decisões arbitrárias da empresa, que acarretará perdas financeiras para os empregados.
A ação de acionar forças policiais contra representantes dos trabalhadores, ordenada pelo diretor administrativo, Alexandre Aniz, reflete como o governo golpista e ilegítimo pretende seguir suas políticas e sua relação com a classe trabalhadora.
Também foram presos Dejalmar Pinho (Sindicato dos Administradores), Eduardo Ferreira (AEEL), Emanuel Mendes (Sintergia) e Sidney Pascotto (Sindicato dos Economistas). Todos foram levados para a 5ª DP. O advogado do SENGE-RJ acompanhou os dirigentes sindicais e afirmou que o delegado enquadrou o acontecimento como fato atípico, ou seja, que nenhum crime foi cometido. Advogados dos outros sindicatos também estavam presentes.