Com “Ainda Estou aqui”, história do engenheiro e parlamentar Rubens Paiva chega ao Oscar

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui (2024), dirigido por Walter Salles, recebeu indicações em três categorias no Oscar 2025. A produção concorre como Melhor Filme Internacional e Melhor Filme, conforme anunciado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood nesta quinta-feira (23). Além disso, Fernanda Torres, que divide o protagonismo com Selton Mello, foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz de Drama.

Esta é a segunda vez que uma obra brasileira disputa o Oscar na categoria geral de Melhor Filme. A primeira indicação foi em 1985, com O Beijo da Mulher Aranha, dirigido por Héctor Babenco, que também recebeu indicações em outras três categorias.

A cerimônia de premiação acontecerá no dia 2 de março de 2025, em Los Angeles, nos Estados Unidos, com o comediante e apresentador de televisão Conan O’Brien como anfitrião.

Engenharia em festa

Para engenheiros e engenheiras, a indicação tem ainda mais significado: o nome e a memória de Rubens Paiva, a sua luta contra o autoritarismo e sua atuação pela engenharia nacional são honrados pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge RJ) e pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) desde a redemocratização do país.

Com o reconhecimento da arte brasileira, o mundo, ao mesmo tempo que admira o brilhantismo de Fernanda Torres e Walter Salles, conhece, também, a história deste herói brasileiro.

Homenagens

Em 2024, uma série de homenagens a Rubens completou uma década: durante o 10º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros, em 2014, foi inaugurada a exposição “Engenheiro Rubens Paiva, presente!”, com textos e fotos da trajetória combativa do engenheiro que inspirou a principal lei de engenheiros e engenheiras, do Salário Mínimo profissional da Engenharia (4.950-A).

Na mesma ocasião, o sindicato e a federação inauguraram dois bustos de Rubens Paiva: um em frente ao antigo DOI-CODI, na Tijuca e um na estação de Metrô que leva seu nome, na Pavuna. A morte de Rubens havia sido reconhecida pelo Estado um ano antes, em 2013, após conclusão de investigações da Comissão da Verdade que apontaram o batalhão na Tijuca como o local do assassinato de Rubens.

Entre obras de engenharia e de projetos que hoje são referências nacionais, Rubens Paiva esteve à frente da construção de casas populares no bairro da Pavuna (RJ), em um conjunto habitacional que hoje leva o seu nome, assim como a estação de Metrô mais próxima.  “Eternizar Rubens Paiva em praça pública é também um caminho para não deixar que caia no esquecimento o trágico desaparecimento de uma liderança que defendeu a democracia e a justiça social, como cidadão, como profissional e como parlamentar. E perdeu a vida por isso”, registrou Clovis Nascimento, vice-presidente do Senge RJ que, em 2014, exercia o mandato de presidente da Fisenge e hoje é secretário-geral.

 

Edição: Rodrigo Mariano/Senge RJ (com informações da Fisenge e Opera Mundi) | Fotos: Divulgação e Claudionor Santan

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