Fonte: Pulsar Brasil
A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo iniciou as investigações das circunstâncias da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em um acidente de carro em 22 de agosto de 1976. Seu secretário à época afirma que ele vinha sofrendo ameaças.
A primeira fase dos trabalhos da comissão começou nesta terça-feira (14), com o depoimento de quatro pessoas, dentre eles, o ex-secretário de JK, Serafim Jardim. Em 1996, Serafim solicitou a reabertura das investigações da morte do ex-presidente. Autor do livro “Juscelino Kubitschek: Onde Está a Verdade?”, ele questiona se o ex-presidente morreu realmente em um acidente de carro, já que vinha recebendo muitas ameaças na época.
A versão oficial diz que Juscelino morreu em um acidente na Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. O carro em que ele estava colidiu com uma carreta, depois de fechado por um ônibus. O motorista Geraldo Ribeiro também morreu no acidente. No entanto, a versão de morte acidental é contestada há anos por alguns órgãos e pessoas.
Segundo o advogado Paulo Castelo Branco, responsável pela reabertura do processo de investigação, a perícia encontrou um objeto de metal no crânio do motorista Geraldo.
Também foram ouvidos o advogado Paulo Oliver, passageiro do ônibus que fechou o carro onde Juscelino viajava, e Gabriel Junqueira Villa Forte, filho de um brigadeiro que conhecia Juscelino e era dono de um hotel em Resende, a menos de 3 quilômetros do local do acidente.
Para Villa Forte não há o que investigar sobre a morte de Juscelino já que a curva onde ocorreu o acidente era realmente perigosa. Já o presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal, vereador Gilberto Natalini (PV), disse à Agência Brasil que as investigações sobre a morte de JK vão continuar. Serão ouvidas mais seis pessoas, em datas que ainda não foram divulgadas. O grupo encaminhará à Comissão Nacional da Verdade um relatório sobre seus trabalhos.
Natalini sustenta que existem vários indícios de que o JK pode ter sido vitima de uma ação política do regime militar. Entre os elementos que Natalini considera “estranhos” está o fato de o carro do ex-presidente não ter sido periciado à época.