Cortes do governo Temer ameaçam suspender atividades universitárias no país

Orçamento congelado afeta bolsas de pesquisa e manutenção de laboratórios e hospitais. Situação pode gerar colapso.

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

 

Em apenas dois anos, os recursos das universidades federais brasileiras e os investimentos em ciência, tecnologia e inovação tiveram uma redução total de 50%.

A situação é tão grave que, se nada for feito, boa parte das instituições de ensino superior mantidas pelo governo federal correm o risco de paralisar suas atividades antes mesmo do fim do ano, já que vai faltar dinheiro para pagamento de contas de água, luz, limpeza e segurança, além das próprias atividades acadêmicas e de pesquisa, como manutenção de bolsas de iniciação científica, compra de materiais e insumos para laboratório e equipamentos.

“Trata-se do pior orçamento em 10 anos”, aponta Tamara Naiz, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

Os cortes também comprometem serviços diretos à sociedade, como o atendimento à saúde realizado nas clínicas e hospitais universitários mantidos pelas instituições federais.

“Há uma possibilidade de que, chegando a setembro ou outubro, se o governo mantiver essa diretriz, haverá instituições que serão obrigadas a suspender suas atividades”, acrescenta Virgílio, citando o exemplo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que já foi uma das melhores instituições do país, mas atualmente vive uma grave crise de asfixia financeira, com salários atrasados e suspensão do ano letivo.

“Educação e saúde não são responsáveis pela crise econômica, mas sempre são punidas por isso”, lamenta o professor Virgílio Arraes, presidente da Associação de Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB). “Esperamos que não se repita no restante do país a situação vivida pela UERJ”, afirma Virgílio, da ADUnB.

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