Criador do Trem do Forró, desembarca no Rio

Criador do Trem do Forró, desembarca no Rio

Anderson Pacheco, criador do Trem do Forró de Pernambuco, veio ao Rio de Janeiro na inauguração do AquaRio e contou um pouco sobre o turismo ferroviário.

Tradição há mais de 26 anos, o Trem do Forró funciona no mês de junho durante as típicas festas de São João no Recife, em Pernambuco. Em 10 vagões, diversas bandas de forró pé de serra ocupam o trem que vai de Recife a Cabo de Santo Agostinho. Criador do evento e proprietário da Serrambi Turismo, Anderson considera o turismo uma indústria pouco vista, mas muito importante. “Eu acho o tema turismo uma coisa complexa e delicada. O turismo no Brasil poderia gerar muito mais coisa. Uma vez a Prefeitura me disse que não fazia sentido gastar R$60 mil com o trem do forró. Eu respondi que não iria contestar, mas que ao longo do mês o trem colocava 8 mil pessoas para circular e em duas horas e meia, essas pessoas gastavam R$100. o Trem movimenta a economia numa escala de R$800 mil que fica na receita. São 50 empregos diretos e 200 indiretos. Então tem que se considerar mais elementos”, explica.

O trem, que nos seus primeiros dez anos de funcionamento, ia até Caruaru, é não só locomoção turística, como atração também. “Vem muita gente do interior tocar no trem e não é fácil, são 5 horas em pé viajando e tocando o tempo inteiro”, relata.

Anderson é também Presidente do Conselho da Associação Brasileira de Operadores de Trens Turísticos. Para ele, essa modalidade tem grande relevância histórica. “O trem faz um resgate da memória ferroviária de nosso país. É a manuitenção da história das ferrovias e além disso, gera emprego e renda até hoje para os municípios. Então é um museu vivo que movimenta a economia”, afirma Anderson.

São ao todo 23 trens turísticos no Brasil e Anderson demonstra que tem de haver preocupação com a recuperação da malha ferroviária e também do seu percurso: “A viagem tem que ter início, meio e fim, não pode te levar de nada a lugar nenhum. O trem de São Lourenço em Minas, por exemplo, a parada de Soledade não tem nada para fomentar o turismo. O trem do forró para numa praça, chamada a Praça da Estação Ferroviária, e todo mundo espera a chegada, é muito movimentada e tem muitas coisas no entorno”, critica.

O percurso do trem do forró é de 84km. Nos seus locais de partida e chegada é decorado no clima junino para receber os forrozeiros e oferece feira de artesanato, comidas típicas e apresentação de dançarinos.

 

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