O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) redefiniu as estratégias para a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2016/2017 e da Participação dos Lucros e Resultados da Empresa (PLR) de 2015 com a Eletrobras, na reunião realizada nesta terça-feira (24/5) em Brasília. Até o momento, a holding ainda não apresentou uma contraproposta à pauta de reivindicações dos trabalhadores. A segunda rodada de negociação do acordo foi novamente adiada, e deve acontecer apenas no dia 8/6. Todas as bases da categoria realizarão assembleias entre os dias 30/5 e 3/6, para deliberar sobre os próximos passos do movimento.
Em boletim, o CNE descreveu o estado de ânimo da categoria em meio a esse processo. “O sentimento de todos os trabalhadores é de indignação com a postura da Eletrobras”, pontuou. Gunter Angelkorte, diretor de negociação coletiva do SENGE-RJ, enfatiza a importância das próximas assembleias. “Uma das decisões que devemos tomar é justamente sobre como será a nossa mobilização caso a empresa cancele novamente”. Segundo Gunter, ainda não foram definidas todas datas das assembleias dos engenheiros no Rio de Janeiro, mas a previsão é que aconteçam a partir de terça-feira. A assembleia dos trabalhadores da Eletronuclear já está agendada para esta quarta (1/6).
A categoria eletricitária quer negociar
A Eletrobras tem alegado que ainda não tem autorização do governo interino de Michel Temer para negociar. A holding também justifica que o atraso na negociação ocorre por causa das possíveis mudanças na direção da empresa e do recente afastamento do ex-Ministro do Planejamento Romero Jucá. “Mas a gente não pediu que eles dessem o golpe, pelo contrário. Agora, o governo ilegítimo não pode usar a própria desorganização como desculpa para não negociar. Não é problema nosso. Temos uma data-base, 1º de maio, e queremos negociar“, argumentou Gunter.
De acordo com o diretor, as localidades onde há sedes da empresa pararam suas atividades na última segunda-feira (23/5), com exceção do escritório central de Furnas e da CEPEL. A paralisação foi realizada para pressionar a Eletrobras a levar as negociações a sério. Segundo o boletim do CNE, caso a reunião do dia 8 de junho seja desmarcada novamente, a categoria eletricitária em todo o país vai responder à altura, com outra forte mobilização.