É mentira: o PIX não será taxado pelo governo

A Receita Federal apenas estendeu aos bancos digitais as regras que já eram seguidas pelos bancos: nada muda para quem não sonega informações no Imposto de Renda

A crise de confiança do cidadão brasileiro no sistema político e nas instituições que o compõem está, mais uma vez, sendo instrumentalizada pela extrema-direita e sua máquina de produção de fake news.

Uma medida da Receita Federal para garantir maior segurança e controle nas transações financeiras realizadas via PIX por meio dos bancos digitais, as chamadas fintechs, se transformou em crise de confiança na última semana. 

Apesar de o governo federal não ser responsável pela medida, recai sobre ele a responsabilidade por uma “taxação do PIX” que sequer é real. 

Fake news 

Aproveitando a preocupação geral e tempos de afrouxamento de checagem de fatos nas redes sociais, o fascismo volta a agir usando uma de suas armas mais poderosas: a desinformação. 

O deputado Nikolas Ferreira, dono de redes sociais que são uma das maiores caixas de ressonância da extrema-direita brasileira, alcançou a assombrosa marca de 160 milhões de visualizações em vídeo publicado em suas redes.

O conteúdo criminoso é um short para o Instagram com direção, sonoplastia e luz profissionais, que de forma covarde mira em entregadores, motoristas de app, ambulantes e pedreiros. O deputado de extrema-direita usa a estratégia de sempre: retorce fatos reais, como medidas tributárias recentes, para induzir conclusões falsas e alimentar o medo na população.

Entre as mentiras apresentadas no vídeo estão afirmações como “uma vaquinha para pagar o churrasco, vai ser complicado explicar no Imposto de Renda” e “milhões de brasileiros não vão mais usar cartão de crédito, PIX, débito ou transferência bancária para não cair na mira do governo”, entre outras que não têm nenhuma base na realidade.

O combate à fake news e ao medo gerado por ela – que já fazem inúmeros pequenos comércios não aceitarem pagamentos por pix – será o primeiro desafio para o publicitário Sidônio Palmeira, empossado ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na última terça-feira, 15/01.

 

Texto: Rodrigo Mariano/Senge RJ

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