Uma conjuntura complexa
Há dois anos Lula foi eleito presidente e, apesar da vitória eleitoral, o que assistimos depois de 2 anos de mandato, é o crescimento e a abrangência das forças de extrema direita, seja no Congresso Nacional, seja na habilidade e na capacidade que elas têm em manipular as informações nas redes sociais além de contar com a conivência explicita ou velada dos principais meios de comunicação de massa.
Por outro lado, os mecanismos cada vez mais agressivos, ditos de mercado, mas que são instrumentos do capital financeiro, há muito aprisionaram o estado brasileiro através da dívida pública e da falácia da autonomia do Banco Central, sendo este um enclave poderoso que o capital dispõe para fazer sua política independentemente do tipo de governo eleito. Qualquer que seja o programa e o projeto político que ganhe uma eleição, o governo continuará refém dos financistas e rentistas que controlam o orçamento nacional, em grande parte drenado para eles através do mecanismo da dívida pública e da enganação travestida de autonomia do Banco Central, que controla a taxa de juros e interfere no câmbio e no combate à inflação. Como vemos todos os dias é, ironicamente o “mercado”, quem cobra responsabilidade fiscal ao governo, para que ele reduza seus programas sociais, mas continue pagando a indecente dívida pública e de origem duvidosa.
Com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, as forças de extrema direita em nível mundial ganham um impulso enorme e serão encorajadas em todos os países a continuar com suas políticas que aceleram as crises e os desastres climáticos além de atacarem as instituições democráticas através da política de desinformação, distribuindo de forma indiscriminada notícias falsas via plataformas digitais que têm no capital financeiro seus maiores investidores e controladores. A posse de Donald Trump na presidência dos EUA, foi um festival dos bilionários e a apoteose dos grandes magnatas criando desde já a marca deste governo: A supremacia do dinheiro sobre todos os valores.
O significado e o papel dos sindicatos
No contexto em que vivemos é fundamental que o movimento sindical em nível nacional adquira um protagonismo diferente do que exerceu em conjunturas anteriores. Se a razão de ser do movimento sindical é a negociação do conflito nas relações de trabalho na perspectiva dos trabalhadores, na atual conjuntura, onde a democracia é constantemente ameaçada, os sindicatos têm a obrigação e a missão histórica de, juntamente com outras instituições, garantirem o regime democrático, no qual os conflitos mais gerais da sociedade são tacitamente resolvidos pela via negocial. Caso contrário também não haverá negociação no campo das relações de trabalho.
Propostas apresentadas para constituição da chapa
Questões Gerais
- Pela construção de uma frente ampla contra a extrema direita baseada em um projeto político para a transformação social;
- Promover uma campanha de esclarecimento da população sobre o real significado da dívida pública e defender uma auditoria sobre sua origem e natureza;
- Luta pela convocação de um plebiscito nacional para discutir as concessões das áreas estratégicas: energia, comunicação, ferrovias e saneamento;
- Luta contra as terceirizações e a precarização do trabalho;
- Pela reestatização da Eletrobrás e apuração de seu processo delituoso;
- Por uma ampla reforma sindical baseada na representatividade e na capacidade negocial;
- Pelo fim da autonomia do Banco Central.
Questões da Engenharia
- Defesa da engenharia como carreira de estado;
- Pela criação da EGU (Engenharia Geral da União);
- Engenharia a serviço da soberania nacional com responsabilidade socioambiental;
- Fortalecer os laços entre o movimento sindical e os movimentos sociais;
- Luta pela valorização profissional dos engenheiros definindo políticas específicas para os estudantes e os profissionais da engenharia em suas diversas fases;
- Luta por uma Mobilidade Urbana mais humana e pela implantação do SUM (Sistema Único de Mobilidade);
- Fortalecimento da luta pelo Salário-Mínimo Profissional (SMP);
- Encaminhar dentro das empresas a luta pela formação continuada;
- Pela volta do concurso público em todas as empresas públicas;
- Prestação de assessoria aos serviços de engenharia dentro das comunidades periféricas com foco especial nos programas de habitação;
- Políticas afirmativas e inclusivas de gênero, raça, idade e da pessoa com deficiência;
- Pela continuidade, expansão e aperfeiçoamento de projetos de apoio a estudantes periféricos, como é o caso do Curso André Rebouças;
- Interiorização do Senge por todo o estado do Rio;
- Por um piso salarial dos engenheiros abrangendo os estatutários;
- Pela continuidade, expansão e aperfeiçoamento de cursos para alunos cotistas.
Questões Interinstitucionais
- Promover com as entidades da engenharia uma ampla discussão sobre a transição energética e a defesa do meio ambiente;
- Articular com as outras entidades da engenharia uma luta pela modicidade tarifária de energia, saneamento e transportes;
- Promover com a categoria dos petroleiros e dos metalúrgicos um conjunto de ações em defesa da Petrobrás e da construção naval;
- Construir juntamente com o CREA uma política em defesa da engenharia e da valorização de seus profissionais e que também fortaleça suas representações;
- Discutir e construir juntamente com o CREA uma anuidade socialmente justa;
- Construir junto com o Parlamento frentes específicas (Parlamentar-Sindical) para lutas também específicas e que mobilizem a categoria dos engenheiros.
Integrantes da chapa Engenheiros Construindo a Cidadania
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Publicação autorizada pela Comissão Eleitoral em 10 de março, conforme Ata de Reunião nº 3 de 07/03/2025, cuja cópia assinada está disponível na Secretaria do Senge-RJ.
O material foi enviado pela chapa na última sexta-feira, 14/03, dentro do prazo estipulado, que tem o dia 20/03/2025 como limite.
A publicação no site do Senge RJ aconteceu no dia 17/03.